Prejuízo das empresas do SNS agrava-se em 2021 ainda devido à pandemia 297

Os efeitos negativos da pandemia continuaram em 2021 a penalizar os resultados económicos do setor público da saúde, com “praticamente todas” as empresas do SNS com prejuízo, que se agravou para 1.117,5 milhões de euros, segundo o CFP.

“No setor da saúde, em 2021 os resultados económicos das entidades públicas empresariais (EPE) integradas no SNS [Serviço Nacional de Saúde] foram particularmente afetados pela persistência dos efeitos negativos da pandemia de covid-19. Praticamente todas as EPE do SNS registaram resultados líquidos negativos, num total agregado negativo em 1.117,5 milhões de euros que traduz um agravamento de 342 milhões de euros face a 2020”, lê-se no relatório do Conselho das Finanças Públicas (CFP) sobre o ‘Setor Empresarial do Estado 2020-2021’, divulgado esta quinta-feira.

O EBITDA (resultados antes de impostos, juros, amortizações e depreciações) também foi negativo quer em 2020, quer em 2021, piorando de -630,0 milhões de euros para -942,6 milhões de euros, assim como o resultado operacional, que passou de -779,7 milhões para -1.117,8 milhões de euros. Apesar de o volume de negócios ter aumentado 6,8%, os gastos operacionais relevantes cresceram 8,3%, “o que fez com que o rácio de desempenho económico se tenha deteriorado face a 2020”.

Adicionalmente, no final de 2021, mais de metade das 41 EPE do SNS apresentaram capitais próprios negativos”, tendo-se verificado ainda “uma degradação dos valores negativos dos rácios de rendibilidade (vendas, ativo e capital próprio) das EPE do SNS”.

Já nos rácios de estrutura financeira, “registou-se uma ligeira melhoria da autonomia financeira e do endividamento e uma ligeira deterioração do rácio de solvabilidade”. De acordo com a entidade liderada por Nazaré da Costa Cabral, “a persistência de resultados económicos negativos está associada a financiamento, organização e gestão insuficientes”.

“As consequências mais visíveis são os níveis elevados de dívida (o rácio de endividamento atingiu 110,8% em 2021, a persistência de pagamentos em atraso (ainda que estes tenham diminuído ligeiramente, passando de 147,5 milhões de euros em 2020 para 107,2 milhões de euros em 2021) e o aumento dos prazos médios de pagamento aos fornecedores (de 143 dias em 2020 para 168 dias em 2021)”, refere, citado pela Lusa.

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