Prémio Príncipe da Beira 2017 distingue «processo inovador» para tratar diabetes
23 de abril de 2018 O Prémio Príncipe da Beira 2017 foi entregue, em Guimarães, à investigadora Sílvia Vieira por um «processo inovador» que permite o «rápido tratamento» da diabetes tipo 1, diminuindo os efeitos secundários para o doente. «A nossa ideia é pegar nas células que produzem a insulina, tentar protegê-las para depois colocá-las no doente com uma fonte de insulina que está sempre presente no organismo», simplificou a investigadora à margem da entrega do galardão, pelas mãos de Afonso de Bragança, Príncipe da Beira, título conferido em 1734 ao primogénito do herdeiro presuntivo da Coroa de Portugal. O prémio Príncipe da Beira, instituído pela Fundação Dom Manuel II, pela Universidade do Minho e pelo Município de Guimarães e que tem um valor de 15 mil euros premeia anualmente a excelência da investigação e pretende contribuir para abrir novos caminhos na investigação aplicada e ética no domínio das ciências biomédicas. Pretende também colaborar para o desenvolvimento de terapias avançadas e impulsionar o desenvolvimento de uma nova geração de investigadores com formação focada naquela área científica. «Além do estímulo de ver no nosso trabalho distinguido será uma grande ajuda, desde a aquisição de reagentes, formações para ter acesso a equipamentos, visitas a outros laboratórios. Será, sem dúvida, uma ajuda enorme», destacou a galardoada, citada pela “Lusa”. O trabalho de Sílvia Vieira, «está em andamento mas serão aprofundados nos Estados Unidos da América de forma a passar para ensaios clínicos mais aprofundados», segundo explicou a cientista. «O projeto premiado visa criar um dispositivo para tratamento da diabetes tipo 1. O método consiste no encapsulamento das células produtoras de insulina num hidrogel de origem natural, que posteriormente são colocadas em invólucros que promovem a vascularização do dispositivo. Este é um processo bastante inovador, uma vez que permitirá o rápido tratamento da diabetes, diminuindo os efeitos secundários para o doente», explicou a organização do evento. Além de Sílvia Araújo, num total de 16 candidaturas, foram distinguidos com a Menção Honrosa PPB 2017 o investigador Diogo M. P. Libânio Monteiro, com um trabalho sobre a população microbiana do cólon. Na terceira posição ficou Maria Elena Monzón Manzano, com um trabalho sobre problemas cardiovasculares em doentes com lupus eritematoso. O júri do prémio incluiu personalidades e cientistas, como Manuel Braga da Cruz, Rui L. Reis, Miguel Oliveira, Adalberto Neiva de Oliveira, Adelina Paula Pinto e António Ferreira. |