Prémios Almofariz: A audácia da FARMÁCIA DISTRIBUIÇÃO 370

Os Prémios Almofariz, que serão entregues a 24 de outubro, no Casino Estoril, ano em que se celebra o seu 30.º aniversário, são uma iniciativa da revista FARMÁCIA DISTRIBUIÇÃO, que visa celebrar a Farmácia, os farmacêuticos e os vários projetos que vão sendo desenvolvidos no setor.

A primeira gala dos Prémios Almofariz, em meados dos idos anos 90, ficou marcada por ser uma inovação na área da Farmácia, já que nunca se tinha feito algo do género.

Curioso para saber como o evento nasceu e quais são as lembranças da primeira gala?

O NETFARMA falou com Beatriz Caeiro, vencedora de vários prémios Almofariz e atualmente managing director da Cencora Pharmalex, António Hipólito de Aguiar, que participou na génese do prémios, farmacêutico (até 2022) e agora médico, e João Barros, ex-diretor da FARMÁCIA DISTRIBUIÇÃO e da MARKETING FARMACÊUTICO e coordenador do Curso de Pós-Graduação em Comunicação e Marketing na Indústria Farmacêutica da Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa, para fazerem uma viagem ao passado e nos contarem como tudo aconteceu.

 

Nasceu do sonho

Alguns projetos nascem por necessidade, outros por desejo e outros para cumprir um sonho. Os Prémios Almofariz, como explica João Barros, “nasceram do sonho das pessoas que, naquela altura, estavam a gerir a vida da revista FARMÁCIA DISTRIBUIÇÃO, nomeadamente eu, o Paulo Silva e o saudoso Adelino Baptista Cruz”, sendo que cumpria com o “objetivo da revista”, ou seja, “ser um elo entre o setor e celebrar a Farmácia”.

 

“Uma surpresa boa”

A primeira gala realizou-se em abril, ao contrário das mais recentes que acontecem em outubro, no Altis Park Hotel, um local com “um misto de distinção e inovação, que eram valores que queríamos que o Almofariz tivesse”, revela João Barros.

Para Beatriz Caeiro, a primeira cerimónia “foi uma surpresa boa. Era uma novidade e éramos muito poucos”, sendo que “se me recordo bem, não houve jantar, apenas a atribuição dos prémios e eram de muito menos categorias”.

A managing director revela ainda outra ‘curiosidade’ da altura: “não conhecíamos bem os nossos concorrentes”. Algo que mudou, (muito) graças aos Almofariz, já que “uma das muitas vantagens dos Prémios é promover um maior conhecimento de quem são as equipas das várias empresas farmacêuticas”, acrescenta Beatriz Caeiro.

 

“Repleta de expectativas”

A primeira gala foi ainda, como recorda Hipólito de Aguiar, “repleta de expectativas porquanto a FARMÁCIA DISTRIBUIÇÃO teve a audácia de, pela primeira vez em toda a história do setor farmacêutico, distinguir o trabalho da indústria farmacêutica junto das farmácias e do público, o que se revestiu de grande inovação e audácia”.

Um momento digno de destaque para o médico foi “a distinção feita à saudosa Profª Maria Odette dos Santos Ferreira, logo na segunda edição dos prémios, figura ‘maior’ do nosso ‘mundo’. Foi de enorme emoção para todos os que tiveram a oportunidade de com ela privar e estou certo para quem, naquele dia, conheceu com maior detalhe o trabalho realizado com enormes contributos para a sociedade”.

 

“Uma explosão de alegria”

Os Prémios Almofariz são, assim, inesquecíveis por vários motivos. De uma perspetiva mais pessoa, Beatriz Caeiro declara que perduram dois momentos na sua memória: “o primeiro prémio Almofariz que recebi – MNSRM do ano quando estava na GSK – e a primeira vez que a Perrigo ganhou o prémio Laboratório do Ano”.

No caso do seu primeiro Almofariz, a managing director confessa que se lembra bem “do nervosismo, da espera para saber quem seria o vencedor e do discurso que tinha alinhado na minha cabeça, que no momento da verdade alterei por completo porque me esqueci de tudo”.

Embora tivesse ganho várias vezes o prémio de Laboratório do Ano quando trabalhava na GSK, “a primeira vez que, na Perrigo, ganhámos o mesmo prémio, foi uma sensação nova e única”, revela Beatriz Caeiro, explicando que, “em, primeiro lugar, porque era um sonho e um objetivo que tínhamos enquanto equipa e depois porque éramos na altura os underdog, ou seja, um laboratório muito mais pequeno do que os nossos concorrentes e por isso foi uma sensação maravilhosa. Toda a equipa subiu ao palco para receber o prémio e foi uma explosão de alegria”.

 

Momentos “particularmente emotivos”

Para Hipólito de Aguiar, “é sempre uma noite repleta de emoções, não só porque reencontramos muitos amigos e colegas do nosso percurso profissional, como, ano após ano, tomamos contacto com o trabalho de excelência que os vários ‘atores’ do setor, sejam da indústria farmacêutica, sejam do contexto da farmácia hospitalar e comunitária, vão realizando”.

Estas ocasiões, ou seja, “os momentos em que vemos amigos/colegas que trabalharam connosco, seja no contexto associativo ou profissional, como já aconteceu por diversas vezes ao longo destes 30 anos, são particularmente emotivos, pela nobreza e mérito da distinção”.

Distinguido recentemente com “o prémio ‘carreira’, pelo simbolismo que teve, não só porque participei na génese destes prémios, como igualmente porque correspondeu ao afastamento simbólico da profissão farmacêutica”, o Almofariz “teve, naturalmente, um significado especial e recordo com muita ternura e gratidão esse momento”, revela Hipólito de Aguiar.