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Prescrição de receitas sem papel entrou ontem em vigor nos Açores

31 de janeiro de 2017

A prescrição de receitas sem papel entrou ontem em vigor nos Açores, mas apenas nos centros de saúde da ilha Terceira, estando previsto que se estenda ao restante arquipélago nos primeiros seis meses do ano.

«Começamos com este projeto-piloto na ilha Terceira da receita sem papel, ou seja da desmaterialização da receita, e contamos que, num prazo máximo de seis meses, em todas as unidades de saúde de ilha dos Açores esteja a funcionar este processo», disse o secretário regional da Saúde, Rui Luís, citado pela “Lusa”.

O governante falava aos jornalistas após ter testado a aplicação da medida em Angra do Heroísmo, levantando um medicamento na farmácia com os códigos que lhe tinham sido atribuídos minutos antes no centro de saúde.

A receita sem papel será, também, alargada aos hospitais da região assim que a iniciativa estiver a funcionar em todos os centros de saúde, o que a tutela estima que venha a acontecer até ao final do ano.

A medida, que já entrou em vigor no continente português, estava prevista ser implementada nos Açores no último trimestre de 2016.

Segundo o secretário regional da Saúde, o atraso prendeu-se com a necessidade de garantir o funcionamento do sistema informático e o cumprimento das regras de segurança.

«Ao nível da segurança e das validações é um bocadinho moroso. Nós passamos pelo facto de o próprio médico ter de se validar com o cartão de cidadão», observou.

Com a receita sem papel, o utente pode levantar um medicamento na farmácia sem qualquer documento físico, bastando apresentar a sua identificação pessoal e códigos, sendo que estes lhe são enviados para um endereço eletrónico ou por mensagem de telemóvel, após a consulta.

Quem não tem telemóvel ou não utiliza novas tecnologias, recebe uma guia de tratamento em papel com os códigos.

Nos casos em que o médico prescreve vários medicamentos ou várias caixas do mesmo fármaco, o utente pode aviar a receita em diferentes datas e farmácias, bastando que apresente de cada vez os códigos que lhe foram fornecidos.

O secretário regional da Saúde disse estar convicto de a desburocratização da prescrição permitirá melhorar o atendimento dos utentes.

«Estamos convencidos de que a desmaterialização irá dar mais tempo ao médico para estar com o seu utente, porque, como é óbvio, é este o nosso objetivo. Desmaterializando toda a parte burocrática, com certeza vamos ter mais tempo para chegar ao utente», frisou.

Em agosto do ano passado, a Secretaria Regional da Saúde lançou uma aplicação gratuita, a SRS+, que permitia aos utentes ter acesso à informação clínica, marcar consultar e entrar em contacto com o médico de família, entre outras vantagens.

No entanto, a maior parte dos açorianos ainda não se rendeu às novas tecnologias ligadas à área da saúde.

«Vamos investir na promoção para as pessoas perceberem que é uma ferramenta útil e, agora ligada a esta questão da receita sem papel, poderá ter uma interligação muito interessante para as pessoas utilizarem no dia-a-dia», salientou Rui Luís.