A prescrição independente por parte de farmacêuticos será testada em toda a Inglaterra a partir do próximo ano, revelou David Webb, diretor farmacêutico do país ao The Pharmaceutical Journal, da Royal Pharmaceutical Society.
A prescrição independente por parte de farmacêuticos vai começar a ser testada em Inglaterra em 2023, uma expansão potencialmente revolucionária dos serviços que estes profissionais fornecem ao Serviço Nacional de Saúde do território (o NHS), também segundo o responsável.
Os espaços piloto vão ser lançados no início do próximo ano e irão incluir serviços de prescrição farmacêutica financiados pelo NHS nas farmácias comunitárias.
David Webb explicou que estes sites serão baseados em organizações de cuidados integrados e se tornarão num “banco de ensaio” para a possível implantação de forma mais ampla de serviços de prescrição independente por meio do contrato de farmácia comunitária em Inglaterra.
A notícia surge após abrirem as candidaturas a 3.000 vagas de financiamento para prescritores independentes farmacêuticos. O objetivo é que estes profissionais “completem os episódios de atendimento de clientes”. O elevado conhecimento sobre medicamentos fará dos farmacêuticos “excelentes prescritores”. O ano de 2026 é apontado como aquele em que “todos os farmacêuticos poderão prescrever independentemente no registo”.
A medida não é pioneira no Reino Unido. Algumas farmácias comunitárias no País de Gales financiadas pelo Serviço Nacional de Saúde galês fazem prescrições, e a Pharmacy Fire Plus, no serviço da Escócia, permite que farmacêuticos façam prescrições independentes para gerir as condições clínicas dos seus pacientes. No entanto, este teste piloto será o primeiro serviço de prescrição farmacêutica independente a ser totalmente financiado pelo NHS em Inglaterra.
Alastair Buxton, diretor de serviços do NHS no Comité de Negociação de Serviços Farmacêuticos, disse ao The Pharmaceutical Journal que “este piloto é um indicador positivo do compromisso do NHS em desenvolver a força de trabalho da farmácia”. Já Gareth Jones, diretor de assuntos corporativos da National Pharmacy Association, acrescentou que “a prescrição independente de farmacêuticos é um potencial divisor de águas e precisa de se tornar comum nas farmácias comunitárias”.
Finalmente, a presidente do Conselho de Farmácia Inglesa, Thorrun Govind destaca o “passo importante” e reitera que “cada farmacêutico recém-licenciado” deverá ser “capaz de prescrever no ponto de registo em 2026”.
