
O presidente do conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Alto Minho (ULSAM) disse que confia na assessora para a área da saúde Maria Dulce da Silva Pinto, nomeada na quinta-feira pelo Governo, como vogal executiva.
Em declarações à agência Lusa, José Manuel de Araújo Cardoso explicou, ontem, ter sido ele a convidar Maria Dulce da Silva Pinto como assessora para a área da saúde da ULSAM, mas “a indicação para nomeação como diretora enfermagem é da responsabilidade do conselho de ministros”.
O administrador da ULSAM disse que “tem confiança na profissional Dulce Pinto que é assessora para a área de enfermagem” que, em 2021, envolvida numa polémica relacionada com a vacinação contra a covid-19.
“Ainda não é vogal executiva para a área de enfermagem. Só será quando sair em Diário da República”, afirmou.
O Conselho de Ministros aprovou na quinta-feira uma resolução em que nomeia a enfermeira diretora Maria Dulce da Silva Pinto como vogal executiva no conselho administração da ULSAM.
Em resumo
Em junho de 2021, a task force do plano da vacinação contra a covid-19 participou à Polícia Judiciária e à Inspeção-Geral de Atividades em Saúde (IGAS) um caso de alegada vacinação indevida de utentes no Porto.
Na ocasião, um número indeterminado de pessoas sem os requisitos exigíveis terá recebido vacinas na zona do Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) do Porto Oriental, que tinha como diretora executiva Maria Dulce da Silva Pinto.
O coordenador do plano de vacinação à época, o vice-almirante Gouveia e Melo, pediu também ao responsável máximo da Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-N) “para que imediatamente tomasse providências para isto não voltar a acontecer e para se tirarem todas as consequências”.
“Para todos os efeitos, é um ato de indisciplina”, disse então.
Em comunicado remetido à agência Lusa, a estrutura liderada por Gouveia e Melo referia que a situação indiciava “a prática de atos contrários nas normas e instruções em vigor”, adiantando que a ARS-N já tinha solicitado “a abertura de um processo de inquérito para se apurar o sucedido”.
Contactada nessa altura pela Lusa, a ARS-N confirmou a abertura do inquérito, escusando-se a adiantar quaisquer detalhes.
Segundo noticiou na ocasião o Correio da Manhã, Maria Dulce Pinto foi “afastada de funções no processo de vacinação contra a covid-19, após virem a público casos de jovens de 18 anos, vacinados antecipadamente naquela região”.
O jornal adiantava não ter sido a primeira vez que a enfermeira tinha sido afastada de funções. Em 2012, “apresentou um currículo com falsas habilitações, num escândalo com alegadas informações falsas na ARS-Norte”.