Presidente do IPO/Porto quer rede colaborativa de oncologia na região Norte 528

Presidente do IPO/Porto quer rede colaborativa de oncologia na região Norte
16-Abr-2014

O presidente do IPO/Porto disse hoje à “Lusa” que o «grande desafio» do instituto é contribuir para que no Norte seja construída uma rede colaborativa de oncologia que «assegure a equidade no acesso aos tratamentos a todos os cidadãos».

«É o nosso compromisso para os próximos anos. Em conjunto com a Administração Regional de Saúde do Norte, com os outros hospitais e com os cuidados primários, tentar melhorar ainda mais a gestão clínica e operacional dos doentes com cancro», sublinhou Laranja Pontes.

Em declarações à “Lusa” a propósito dos 40 anos do IPO/Porto que se assinalam na quinta-feira, o responsável congratulou-se com o facto de «60%» dos doentes que entram no instituto estarem vivos ao fim de cinco anos e de existirem patologias com uma taxa de sobrevivência «superior a 90%».

«Há patologias muito importantes como é o caso do cancro da mama que tem uma taxa de sobrevivência acima dos 80%», sublinhou.

Laranja Pontes disse que «apesar de a incidência de cancro estar a aumentar, aumenta também a sobrevivência, porque as pessoas têm cada vez mais acesso à informação e ficam mais alerta para os sinais da doença».

«Cada vez mais conseguimos controlá-la, porque só nas fases iniciais se consegue controlar o cancro. Um cancro numa fase avançada é incontrolável, mas quando é detetado cedo é possível tratá-lo e curá-lo», afirmou.

Laranja Pontes disse que «o que é surpreendente é que o Serviço Nacional de Saúde se transformou numa instituição eficaz. Hoje as taxas de sobrevivência em termos populacionais e territoriais são equivalentes às da Suécia ou às da Noruega, que são países que investem muito mais dinheiro, mas que obtém os mesmos resultados».

O presidente do IPO/Porto destacou os avanços registados nas últimas décadas na luta contra a doença referindo os métodos de tratamento, de reabilitação e cirúrgicos, que, neste caso, passaram a ser «menos mutilantes».

Em seu entender, a cura ainda não foi encontrada porque «o cancro não é uma doença causada por um agente externo, por uma infeção que é possível combater com um antibiótico, matando o agente. O cancro é individual, é uma doença de cada um de nós».

«Os tempos que se vivem nas áreas da biologia e genética trazem ao tema “cancro” novos conhecimentos e novas esperanças. São estas realidades que o IPO-Porto vive com profundo empenho e entusiasmo, respondendo aos novos desafios por forma a dar continuidade à promoção da qualidade em todos os níveis», afirmou Laranja Pontes.

A este propósito, nas comemorações do seu 40.º aniversário o IPO-Porto adotará, a partir de quinta-feira, a designação de Instituto Português de Oncologia e Esperança do Porto.

As comemorações incluem uma homenagem aos colaboradores do instituto e a entrega das bolsas de investigação em oncologia para 2014. O IPO-Porto irá atribuir 300 mil euros a seis projetos ligados às áreas da mama, próstata, colorretal, células dendríticas.

As atividades de comemoração integram ainda um mega concerto solidário, no Pavilhão Rosa Mota, cujas verbas revertem para a remodelação das instalações hospitalares.