Prevalência das doenças orais diminuiu nas crianças e jovens 17 de Julho de 2015 Os resultados dos novos estudos de prevalência das doenças orais entre crianças e jovens até aos 24 anos comprovam uma tendência de melhoria geral que abrange todas as idades.
A gravidade da cárie dentária na dentição permanente aos 15 e aos 18 anos tem vindo a diminuir consistentemente desde o ano 2000.
Aos 18 anos, os níveis de doença, medidos através do índice CPO – número de dentes cariados e extraídos por doente revelam uma quebra de 4,7 para 2,5. A percentagem de jovens com pelo menos um selante em dentição permanente aumentou de apenas 19,8% para 29,3%.
O número de jovens com 15 e 18 anos com gengivas saudáveis praticamente duplicou de 21,1% para 41,8%, confirmando a importância que cada vez mais é dada à higiene oral, pois 96% dos jovens de 18 anos referem escovar os dentes todos os dias.
Já em março, os dados revelados sobre as crianças de seis e 12 anos mostravam uma redução da prevalência das doenças orais. Aos seis anos, 79% das crianças afirma escovar os dentes todos os dias, aos 12 anos são quase 90%.
Para o secretário-geral da Ordem dos Médicos Dentistas (OMD), Paulo Melo, «esta melhoria que se tem verificado na saúde oral dos portugueses mais jovens deve-se a três fatores. Em primeiro lugar, a existência de um programa público de saúde oral que inclui o cheque dentista e permite que os mais jovens sejam acompanhados regularmente por médicos dentistas. Em segundo lugar porque esse programa permite ensinar a prevenir as doenças orais e introduzindo o hábito de escovar os dentes pelo menos duas vezes por dia e permite também que estes jovens sejam tratados quando a doença ainda está no seu início. Depois, este estudo comprova a importância do papel dos médicos dentistas portugueses na saúde oral dos jovens portugueses e que estão no caminho certo no ensinamento dos cuidados preventivos e no tratamento dos casos de doença», disse em comunicado.
Face a estes bons resultados, Paulo Melo considera «que deve ser estudado um alargamento do Programa Nacional de Promoção da Saúde Oral por forma a abranger mais faixas carenciadas da população. As consultas de medicina dentária são praticamente inexistente no Serviço Nacional de Saúde (SNS), e é por isso imperativo criar condições para que todos os portugueses tenham acesso a cuidados de saúde oral. Seja com a integração de médicos dentistas nos hospitais públicos e centros de saúde, seja através de convenções entre o Estado e os consultórios e clínicas privadas».
Os dados sobre a prevalência de doenças orais integram o relatório apresentado pela Direção-Geral da Saúde “A Saúde dos Portugueses – Perspetiva 2015” que evidencia a necessidade de haver uma abordagem, integrada, com as várias especialidades da medicina, na prevenção e tratamento das doenças que mais atingem os portugueses.
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