Primeiro centro de hemodiálise em Cabo Verde inaugurado terça-feira por Paulo Macedo
28 de julho de 2014
O ministro da Saúde português efetua terça e quarta-feira uma visita de trabalho a Cabo Verde, tendo como pano de fundo a inauguração do primeiro centro de hemodiálise no país, cofinanciado pela cooperação portuguesa.
Segundo o programa, Paulo Macedo chega à Cidade da Praia ao fim da noite de hoje e, na terça, será recebido pelo primeiro-ministro José Maria Neves, e terá uma reunião de trabalho com a sua homóloga cabo-verdiana, Cristina Fontes Lima, além da inauguração do centro.
Ainda terça-feira, Paulo Macedo e delegação vão visitar a Fortaleza Real de São Filipe e o Pelourinho na Ribeira Grande de Santiago, também conhecida por “Cidade Velha”, 12 quilómetros a oeste da Cidade da Praia e que, até ao final do século XVIII, foi a primeira capital do arquipélago, Património Mundial da Humanidade desde 2009.
Quarta-feira, Paulo Macedo fará visitas aos dois principais hospitais da ilha de Santiago – Agostinho Neto, na Cidade da Praia, e Santiago Norte, na Assomada, interior centro -, e ainda ao antigo Campo de Concentração do Tarrafal no norte da ilha, onde visitará ainda o centro de saúde local.
Paulo Macedo e Cristina Lima deverão também analisar outras parcerias no domínio da Saúde, sobretudo no avanço do processo de criação da Faculdade de Medicina em Cabo Verde, em parceria com as universidades portuguesas de Lisboa, Porto e Coimbra, apontou a “Lusa”.
O centro de hemodiálise, cuja construção começou no princípio de 2011 e o custo inicial foi orçado em 1,28 milhões de euros, tem uma capacidade para atender cerca de 100 doentes e dispõe de 20 monitores de diálise, tendo-se, entretanto, procedido a ações de formação de profissionais médicos.
Fruto de uma parceria entre a cooperação portuguesa e o Governo de Cabo Verde, o centro ocupa uma área de 1.400 metros quadrados, distribuídos por três pisos.
Em março de 2012, durante uma visita a Cabo Verde, o secretário de Estado da Saúde português, Manuel Teixeira, garantiu a continuidade do apoio de Portugal no domínio sanitário, lembrando que estava então em curso a construção do centro.
O centro, edificado no Hospital Agostinho Neto, será inaugurado a 29 deste mês e permitirá uma «grande poupança» nos recursos cabo-verdianos e portugueses, uma vez que são 125 os cidadãos de Cabo Verde que, ao abrigo de um acordo de cooperação específico, acabam por fazer a hemodiálise em Portugal.
«Quando o centro começar a prestar estes cuidados será ótimo. Existem 125 doentes cabo-verdianos a receber tratamento de hemodiálise em Portugal, mas acredito que nem todos voltem quando o centro estiver pronto, porque tem capacidade limitada. Será um processo faseado», assegurou, então, Manuel Teixeira.
O Estado português gasta anualmente cerca de 25 mil euros com cada paciente, que tem de efetuar três sessões semanais, cada uma delas no valor de 110 euros.
Ao abrigo do protocolo de cooperação assinado em 2008 entre os dois ministérios da Saúde, assim que o centro de hemodiálise começar a funcionar no Hospital Agostinho Neto, Portugal apoiará Cabo Verde com uma verba anual de 875 mil euros ao longo dos primeiros cinco anos.