Primeiro dia de greve dos enfermeiros do Hospital de Guimarães com 80% de adesão 538

Primeiro dia de greve dos enfermeiros do Hospital de Guimarães com 80% de adesão

24 de Agosto de 2016

O primeiro de quatro dias de greve dos enfermeiros do Hospital de Guimarães, que protestam contra as 18.500 horas «em dívida» e que exigem ainda a contratação de mais profissionais, teve uma adesão de 80%, segundo o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses.

Em comunicado enviado hoje à agência “Lusa”, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEF) explica que o turno da noite foi o que teve maior adesão (90%), tendo o da manhã registado uma adesão de 66% e o da tarde de 84%.

No início da jornada de luta, na segunda-feira, a representante do SEF Guadalupe Simões explicou se houvesse mais profissionais de enfermagem naquela unidade hospitalar os enfermeiros não estariam a ser «explorados» como, afirma, estão a ser atualmente, tendo mais de 18 mil horas «em dívida».

«Isto significa menos 132 enfermeiros que deviam estar aqui a trabalhar e não estão, razão pela qual estes [enfermeiros] estão sobrecarregados», afirmou.

Guadalupe Simões apontou como razões pelo protesto, além daquelas horas em dívida, «a questão da semana de 35 horas de trabalho não se aplicar a todos os enfermeiros, nomeadamente aos com contrato individual de trabalho», questão que, disse, «foi colocada ao conselho de administração, que não deu resposta».

A sindicalista reclamou ainda contra o congelamento da progressão de carreiras no Serviço Nacional de Saúde (SNS): «Há uma saída de profissionais do SNS para o [setor] privado e para fora, porque desde 2005 não há progressão de carreiras e essa é outra das nossas exigências», disse.

«Não é possível manter enfermeiros peritos no SNS se esses peritos nãos forem valorizados e uma dessas formas é através da progressão de carreira», avisou.

A greve continua hoje, com incidência no Bloco Operatório, Cirurgia de Ambulatório e Consultas Externas.