Primeiro Dia Mundial da Rinossinusite Crónica Grave com Polipose Nasal com nova esperança para os doentes 601

Assinala-se hoje, em todo o mundo, o primeiro Dia Mundial da Consciencialização para a Rinossinusite Crónica com Polipose Nasal Grave (CRSwNP). O Fórum Europeu de Pesquisa e Educação em Alergia e Doenças das Vias Respiratórias (EUFOREA) institui esta data com o objetivo de sensibilizar a comunidade para uma doença que impacta e limita a vida de cerca de 12% da população. Em Portugal, esta data coincide com a recente aprovação da comparticipação pelo Infarmed de um medicamento para adultos com esta patologia.

Este primeiro Dia Mundial da Rinossinusite Crónica com Polipose Nasal Grave, criado pelo projeto EUFOREA, uma rede europeia de representantes de organizações e instituições que têm a visão comum de prevenir e reduzir a carga de alergias e doenças das vias respiratórias (asma, rinite e rinossinusite) por meio da implementação de cuidados especializados, tem como objetivo chamar a atenção de médicos e doentes para a importância do diagnóstico e informar que a persistência dos sintomas não deve ser desvalorizada e deve ser acompanhada por um médico especialista.

A Rinossinusite Crónica com Polipose Nasal Grave (CRSwNP), mais conhecida como Polipose Nasal, é uma doença benigna crónica, com uma incidência na ordem dos 12%, que surge na mucosa da cavidade nasal e nos seios perinasais provocando o desenvolvimento de pólipos nasais através de um processo inflamatório. Estima-se que 25% a 30% da população com rinossinusite tenha o subtipo polipose nasal. Estes doentes têm agora uma nova esperança com a aprovação do financiamento do primeiro tratamento aprovado em Portugal para adultos com esta patologia.

No âmbito deste dia são também divulgados os dados do estudo qualitativo “Viver com Rinossinusite Crónica com Polipose Nasal Grave” realizado em Portugal.

Este estudo indica que, na maioria dos casos, existe uma dificuldade na realização do diagnóstico, sendo que a definição do diagnóstico final apenas surge mediante a persistência de sintomas após vários tratamentos ineficazes. Os participantes consideraram a rinossinusite como uma doença limitante e incomodativa, especialmente porque parte do seu tratamento é invasivo e nunca realmente definitivo.

Este estudo português vem complementar um estudo internacional realizado pelo grupo EUFOREA em 2021 em que também se destacou a importância de uma abordagem multidisciplinar, em particular no que à melhoria da comunicação entre os profissionais de saúde diz respeito, bem como a inclusão da CRSwNP nas diretrizes de asma/pneumologia e a introdução de práticas conjuntas nos hospitais, de modo a promover uma abordagem holística e multidisciplinar benéficas para o doente. O mesmo estudo chamava a atenção o facto de se subestimar a carga da doença, a falta de coordenação dos cuidados e para as limitações das opções de tratamento disponíveis para quem tem esta patologia, uma vez que as opções de tratamento com corticosteroides orais e/ou cirurgia apresentam não só aspetos positivos como negativos, incluindo a falta de eficácia duradoura.