Profissionais de saúde do Algarve fazem hoje greve em defesa do SNS
22 de Agosto de 2014
Os sindicatos da saúde e da função pública do Algarve cumprem hoje uma greve que abrange todos os profissionais de saúde, em defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) na região.
A greve, que começou às 00:00 e tem a duração de 24 horas, é a primeira paralisação conjunta no Algarve que congregará enfermeiros, médicos e profissionais da função pública, nomeadamente pessoal administrativo e auxiliares de ação médica, segundo os representantes do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), do Sindicato dos Médicos da Zona Sul e do Sindicato da Função Pública do Sul.
Fontes do SEP e do Sindicato da Função Pública do Sul disseram à “Lusa” que esperam contar com uma forte adesão por parte dos profissionais de saúde do Algarve, mas apelaram também à participação da população algarvia na Tribuna Pública que as estruturas sindicais marcaram para as 17:00, em frente à sede da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve.
Nuno Manjua, coordenador do SEP do Algarve, apelou à mobilização de todos os cidadãos na tribuna pública, sublinhando que o objetivo dos sindicatos é fazer da concentração um momento regional em defesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS) no Algarve.
De acordo com Margarida Agostinho, do Sindicato dos Médicos da Zona Sul, há muitos clínicos a abandonar os serviços por reforma ou reforma antecipada, devido às más condições de trabalho, que se traduzem sobretudo na falta de pessoal e de material e tornam difícil manter as pessoas a trabalhar.
«Os médicos estão a sair por reformas, estão a pôr reformas antecipadas nos hospitais e nos centros de saúde, porque realmente as condições de trabalho deterioraram-se muito», afirmou Margarida Agostinho, questionando as vantagens da criação do Centro Hospitalar do Algarve (CHA) e da consequente fusão dos três hospitais da região – Faro, Portimão e Lagos – no verão passado.
Rosa Franco, do Sindicato da Função Pública do Sul, chamou a atenção para o importante papel desempenhado nas unidades de saúde pelo pessoal administrativo e auxiliar e apontou inúmeras falhas nos serviços, desde a recolha do lixo a profissionais obrigados a fazer escalas de 16 horas.
«As instituições de saúde não funcionam sem os auxiliares, principalmente porque fazem parte da equipa multidisciplinar de saúde e sem os auxiliares não há serviço nenhum que funcione», sublinhou.
Quase 90 % dos enfermeiros do Hospital de Faro aderem à greve do setor
A adesão à greve de hoje dos profissionais de saúde no Algarve, ronda no caso dos enfermeiros os 87% no Hospital de Faro e os 86% no de Portimão, disse fonte do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP).
De acordo com Guadalupe Simões, no turno da noite, que teve início às 00:00 e que terminou às 08:00, houve uma adesão de 87% no Hospital de Faro e no de Portimão 86%.
«A perspetiva para o turno da manhã é que esta adesão se mantenha e nos centros de saúde o impacto seja bastante apreciável», explicou a responsável do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses, acrescentando que os números da adesão são um «bom indicador».
A greve, que começou às 00:00 e tem a duração de 24 horas, é a primeira paralisação conjunta no Algarve que congregará enfermeiros, médicos e profissionais da função pública, nomeadamente pessoal administrativo e auxiliares de ação médica, segundo os representantes do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), do Sindicato dos Médicos da Zona Sul e do Sindicato da Função Pública do Sul.
Além da greve está marcada uma Tribuna Pública que as estruturas sindicais agendaram para as 17:00, em frente à sede da Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve e para a qual apelaram à mobilização de todos os cidadãos.
Médicos afetos à FNAM sem pré-aviso de greve dos profissionais de saúde do Algarve
Os médicos afetos à FNAM não estão a participar na greve dos profissionais de saúde no Algarve, que decorre durante as 24 horas de hoje, uma vez que o pré-aviso não foi entregue «atempadamente», disse à “Lusa” fonte sindical.
De acordo com Margarida Agostinho, representante do Sindicato dos Médicos da Zona Sul (SMZS), não foi possível colocar «atempadamente» o pré-aviso de greve, situação que foi transmitida aos médicos afetos à estrutura da Federação Nacional dos Médicos.
«Posteriormente colocou-se a hipótese do pré-aviso do Sindicato da Função Publica, como era geral para o Algarve, poder dar cabimento à participação dos médicos na greve, mas como a leitura não era linear, nada garantia que as administrações do hospital e Administração Regional de Saúde (ARS) do Algarve aceitassem essa leitura, pelo que os nossos sócios foram informados da situação», disse à “Lusa” Margarida Agostinho.
De acordo com a mesma responsável os médicos vão participar na Tribuna Publica que as estruturas sindicais agendaram para as 17:00, em frente à sede da ARS do Algarve para a qual apelaram à mobilização de todos os cidadãos, mas em relação à greve não têm pré-aviso.
Margarida Agostinho lembrou ainda que os médicos do Algarve desde o início do processo estão unidos na defesa do Serviço Nacional de Saúde, na sua «qualidade e condições de trabalho para os trabalhadores e utentes», tendo participado na greve geral de 8 e 9 de junho, mas que será possível participar no protesto que se realiza hoje devido à inexistência do pré-aviso.