A informação foi divulgada pela agência Lusa.
Os 20 signatários desta carta aberta, começam por alertar que até 8 de julho, a taxa de mortalidade da covid-19 foi de 0,03 por 100 mil habitantes, contra uma taxa de mortalidade por outras doenças e causas de morte de 2,7 por 100.000.
“O risco de morrer por uma doença que não a covid-19 está, esse sim, a aumentar em Portugal”, defendem.
Indicam ainda que a incidência de testes positivos foi de 254,8/100.000, “mas a verdadeira incidência da covid-19 é desconhecida”, e que a incidência de infeção entre os que completaram o plano de vacinação é de 0,01%.
Posto isto, os subscritores desta carta defendem que “não é razoável que se combata a atual situação – já não pandémica, mas endémica — recorrendo a medidas “sanitárias”, cuja eficácia tem sido colocada em causa por vários investigadores de grande prestígio”.
Para além disso, consideram que estas medidas produzem “efeitos mais gravosos para a sociedade e o bem comum do que a própria doença” e que algumas delas “podem ter contribuído para o incremento da circulação do vírus”.
Através desta carta apelam às autoridades de saúde e ao Governo para que, antes de tomarem decisões com “enorme potencial deletério”, ponderem as opiniões cientificamente fundamentadas dos cientistas e profissionais de saúde que, não negando a importância da covid-19, cuja resposta deve ser “prioritária” propõem estratégias para a sua abordagem diferentes das que têm sido seguidas.
Como medidas, apontam a “aceleração da vacinação”, simplificando o processo, “excessivamente consumidor de recursos humanos, que fazem falta nos centros de saúde para o normal atendimento dos doentes” e que se envolvam os agentes da sociedade civil no processo, como, por exemplo, as farmácias, para “aumentar rapidamente a cobertura vacinal”.
Defendem o aperfeiçoamento da vigilância epidemiológica, que consideram que “tem sido um insucesso em Portugal”, a cessação de “medidas avulsas de fim de semana, que já demonstraram não ter impacto no número de novos casos”.
No entender dos subscritores desta carta, esta situação está a ter e terá no futuro, “consequências desastrosas em termos de morbilidade e mortalidade”.