O Programa abem:, que apoia famílias em situação de carência económica a comprar os seus medicamentos, permitiu uma poupança de 29 milhões de euros ao Serviço Nacional de Saúde (SNS) em episódios de urgência e internamentos, entre maio de 2016 e dezembro de 2023.
Os episódios foram evitados pelo cumprimento das terapêuticas proporcionado pelo Programa abem:.
Anualmente, por cada milhão de euros investido neste Programa existe uma poupança potencial de 5,4 milhões de euros para o SNS. Os dados são da Avaliação de Impacto Social do Programa abem:, que será apresentado hoje (22), em Lisboa, na ‘Conferência abem: Saúde & Sustentabilidade’.
“Segundo o Índice de Saúde Sustentável, uma em cada dez pessoas não comprou os medicamentos prescritos porque não tem dinheiro para os pagar, o que significa que se o Programa abem: tivesse chegado em 2023 às cerca de 920 mil pessoas que todos os anos em Portugal deixam de comprar os medicamentos de que precisam por não os conseguirem pagar, com um investimento de 142 milhões de euros teria sido possível uma poupança superior a 772 milhões de euros em internamentos e episódios de urgência evitados”, sublinha Maria João Toscano, Diretora Executiva da Associação Dignitude, em comunicado.
Segundo a Avaliação de Impacto, o Programa abem: está presente em todos os distritos, e Regiões Autónomas dos Açores e Madeira, cobrindo uma área geográfica onde reside 65% da população portuguesa.
Menos 62 toneladas de emissões para a atmosfera
O estudo avaliou ainda o impacto ambiental do Programa abem:, concluindo que permitiu reduzir o número de deslocações dos beneficiários aos hospitais associados a episódios de urgência e internamentos. Anualmente, por cada beneficiário abem: evita-se a emissão de cerca de 4,14 kg CO2e. Num total anual, extrapolando para todo o universo de beneficiários abem: teríamos 62,39t CO2e de emissões evitadas em 2023 (1.188 viagens Lisboa – Porto de carro).
Conferência abem:
Este ano dedicada ao tema ‘Saúde & Sustentabilidade’, e contando com o Alto Patrocínio do Senhor Presidente da República, terá como orador principal Luís Campos, presidente do Conselho Português para a Saúde e Ambiente.
Na sessão de abertura contará com um representante do Ministério do ambiente e com Paula Dinis, presidente da Associação Dignitude. O comentário final estará a cargo de Maria de Belém Roseira, ex-ministra da Saúde. A sessão de encerramento será presidida pela Secretária de Estado da Saúde, Ana Povo, e conta com a presença de Ema Paulino, presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF), e de João Almeida Lopes, presidente da Associação Portuguesa da Indústria Farmacêutica (APIFARMA).
O evento contará, ainda, com uma Mesa Redonda com a participação de Diana Amaral, diretora da ANF; Maria Manuel Silva, vice-presidente da Câmara Municipal de Alfândega da Fé; Mariana Ribeiro Ferreira, diretora de Sustentabilidade da CUF; Luís Figueiredo, diretor geral da VALORMED; Nuno Flora, presidente executivo da Associação de Distribuidores Farmacêuticos (ADIFA), Miguel Rovisco de Andrade, diretor da APIFARMA, e com a moderação de Fernanda Freitas.
O Programa abem: Rede Solidária do Medicamento
É um projeto desenvolvido pela Associação Dignitude, que tem como objetivo permitir o acesso, de forma digna, aos medicamentos prescritos, a quem não tem capacidade financeira para os adquirir. Até outubro deste ano, o Programa abem: já apoiou mais de 38 000 beneficiários, tendo já contribuído para a dispensa de quase três milhões de embalagens de medicamentos.