Projeto com portugueses ganha financiamento para estudar novos fármacos contra VIH 10-Mar-2014 Um consórcio de cientistas de três países, liderado por um português, foi escolhido para receber um financiamento de 400 mil euros de uma iniciativa europeia para desenvolver fármacos inovadores contra o VIH, combinando substâncias complementares. Miguel Castanho, do Instituto de Medicina Molecular (IMM) da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa (IMM-FMUL), coordena o consórcio que reúne equipas de Portugal, França e Roménia e que durante os próximos três anos vai trabalhar para conseguir novos fármacos a aplicar no vírus da imunodeficiência humana (VIH). O diretor de laboratório no IMM explicou à agência “Lusa” que o objetivo é também encontrar novas formas de administração conjunta de substâncias complementares, ou seja, com atuação diferente sobre o vírus. O VIH é o retrovírus responsável pela síndrome da imunodeficiência adquirida (sida) e, embora os tratamentos anti retrovirais disponíveis reduzam a mortalidade, ainda não existe qualquer tratamento ou vacina completamente eficaz. O trabalho obteve o financiamento do projeto europeu para investigação na sida e VIH, o HIVERA, entre um conjunto de propostas apresentadas. O investigador do IMM fez questão de salientar a qualidade e competência dos cientistas portugueses nesta área de investigação. Os parceiros no projeto vão dar contributos diferentes, consoante as suas experiências, e uma das duas equipas portuguesas estuda a interação dos inibidores de fusão do VIH-1 e anticorpos anti VIH com membranas de células, enquanto a outra utiliza o seu conhecimento sobre o desenvolvimento de novos anticorpos anti-VIH e em ensaios de inibição da replicação do VIH-1, explica uma informação do IMM. A equipa francesa tem experiência na caracterização da ligação de moléculas a membranas e o seu impacto sobre o normal funcionamento dessas células e os cientistas da Roménia dedicam-se a estudos de dinâmica molecular e técnicas biofísicas. «Com a conclusão deste trabalho espera-se chegar mais longe na luta farmacológica contra a sida e contribuir para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes através de medicação mais eficaz», frisou Miguel Castanho. |