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Projeto em Évora quer acelerar diagnóstico e tratamento do cancro colorretal

01 de Dezembro de 2015

Os doentes de Évora com cancro colorretal vão ter um diagnóstico e tratamento mais rápidos, graças a um novo projeto do Hospital do Espírito Santo e do Agrupamento de Centros de Saúde do Alentejo Central.

Designado “Prioridade à vida no cancro colorretal”, este projeto na área da oncologia tem como objetivo melhorar o acompanhamento do doente, residente na área do Agrupamento de Centros de Saúde do Alentejo Central (ACES AC), desde o diagnóstico até ao tratamento.

O objetivo, explicou ontem à agência “Lusa” a diretora-executiva do ACES AC, Teresa Caldas Almeida, é «permitir ganhos de saúde para o doente, diminuindo os tempos de espera e melhorando o acesso aos cuidados de saúde».

«Pretendemos melhorar a articulação entre os cuidados de Saúde primários e os cuidados hospitalares, fazer a integração dos cuidados e ter ganhos de saúde que se pretendem altamente substantivos para o doente», frisou.

A iniciativa, que deverá começar a ser implementada no terreno «no início do próximo ano», segundo a responsável, dirige-se «aos doentes que já têm sintomas» de cancro colorretal, situação em que «é preciso agir rapidamente».

«Os pontos-chave são evitar atrasos por parte do doente na procura do seu médico de família e, depois, no envio do doente pelo médico de família para o hospital», salientou.

Segundo a diretora-executiva do ACES AC, o Alentejo possui «uma prevalência muito elevada de cancro colorretal, superior à do país e à da Europa» e, no que respeita ao combate a esta doença, diagnóstico e o tratamento precoces desempenham um importante papel.

«Está mais do que provado que, no caso do cancro colorretal, se for apanhado a tempo e horas a intervenção tem uma eficácia muito grande, por isso, temos que apanhar os doentes muito precocemente», frisou.

O projeto contempla a existência de «uma folha de notação, construída entre os cuidados de Saúde primários e os hospitalares, com os dados clínicos do doente e que vai priorizar o acesso deste aos cuidados», explicou a médica.

«De acordo com determinados sintomas que o doente apresentar, assim se vai determinar quais são os doentes que têm de fazer rapidamente uma colonoscopia, que se pretende que seja respondida pelo hospital no prazo de 30 dias», indicou Teresa Caldas Almeida.

Também no âmbito do projeto, continuou, consoante o resultado da colonoscopia e se existir uma lesão suspeita, está previsto que o hospital dê resposta ao nível da cirurgia «no prazo de 15 dias».

O projeto vai igualmente «melhorar a informação» sobre este tipo de cancro, sensibilizando «todas as pessoas na comunidade que possam ajudar a alertar e a encaminhar o doente, mal aparecem sintomas ou suspeitas», nomeadamente farmácias comunitárias ou Instituições Particulares de Solidariedade Social.

A iniciativa, que tem o apoio da Novartis e da Universidade Nova, vai ser apresentada oficialmente a 10 de dezembro, numa conferência sobre boas práticas de governação clínica, em Lisboa.