Projeto ibérico procura respostas para o Alzheimer e o cancro
09 de agosto de 2017 Cerca de 150 investigadores portugueses e espanhóis integram um projeto que visa criar soluções de biotecnologia focadas no diagnóstico e no tratamento de doenças associadas ao envelhecimento, como o Alzheimer, o Parkinson e o cancro. O objetivo principal do IBEROS, liderado pela Universidade de Vigo, em Espanha, passa por «potenciar a investigação, o desenvolvimento tecnológico e a inovação, dirigida a um envelhecimento saudável», explicou à “Lusa” Goreti Sales, coordenadora do BioMark/Sensor Research, centro de investigação do Instituto Superior de Engenharia do Porto (ISEP), um dos parceiros deste projeto. O projeto, que junta oito universidades da Galiza e do norte de Portugal, terá a duração de 27 meses, período no qual os envolvidos vão procurar responder a alguns dos principais problemas de saúde decorrentes do avançar da idade, como dificuldades de locomoção, degeneração neurológica e distúrbios no sistema vascular. De acordo com a investigadora, o centro de investigação do Instituto Superior de Engenharia do Porto vai colaborar no contexto dos biomateriais e da nanotecnologia, área na qual se tem vindo a especializar, tendo como foco o desenvolvimento de novos dispositivos para o diagnóstico do cancro, das doenças cardiovasculares e do Alzheimer. Em comunicado o ISEP, explicou que embora a bioengenharia seja uma área científica «relativamente recente», tem «um potencial imenso de aplicabilidade na saúde individual e coletiva», disponibilizando próteses e implantes, eletrónica aplicada à monitorização de pacientes, telemedicina ou tratamento de imagens médicas para diagnóstico. «Estar integrado num grupo tão alargado, heterogéneo e especializado, que inclui médicos, engenheiros, físicos e biólogos, permite levar a cabo uma investigação muito mais completa, que contempla os mais diversos quadrantes da área da saúde e permite desenvolver mecanismos e soluções adequadas a cada um dos principais problemas de saúde associados ao envelhecimento», concluiu Goreti Sales. O IBEROS conta ainda com a colaboração da Universidade do Minho, da Universidade Católica Portuguesa, do Instituto de Investigações Marítimas de Vigo, do Instituto de Investigação Biomédica da Corunha, da Universidade de Santiago de Compostela e do Instituto de Engenharia Biomédica. Este projeto é financiado em cerca de dois milhões de euros pelo Programa Interreg 2014-2020, que promove a cooperação transfronteiriça entre Portugal e Espanha. |