Cerca de três investigadoras portuguesas desenvolveram um projeto que pretende produzir “mini-cérebros” a partir de células estaminais, cujo objetivo passa por diminuir os testes em animais e realizar uma “triagem mais eficiente” dos medicamentos em fase de ensaios.
O projeto MindMimics foi distinguido com o terceiro prémio do Amyris Innovation BIG Impact Award. Trata-se de um concurso de inovação em biotecnologia, organizado pela Universidade Católica Portuguesa, que surge como uma alternativa à triagem de fármacos e ao estudo de doenças do desenvolvimento neuronal.
Em declarações à Lusa, Laura Frazão, fundadora do projeto e investigadora do 3B’s Research Group – que pertencente à Universidade do Minho -, esclareceu, esta quarta-feira, que o MindMimics visa “tornar a tecnologia dos mini-cérebros acessível”.
Além de “diminuir os testes em animais e de fazer uma triagem mais eficiente dos medicamentos”, Laura Frazão explicou que os “mini-cérebros” servem ainda como “alternativas para a medicina personalizada ou novos fármacos para doenças neurológicas”.
Segundo a especialista, os “mini-cérebros” são “modelos in vitro mais complexos” com capacidade para dar “respostas mais confiáveis em relação aos efeitos dos medicamentos”.
“Poupamos tempo, recursos e dinheiro”, salientou Laura Frazão, acrescentando que com a produção destes “mini-cérebros”, tanto centros de investigação, como empresas farmacêuticas podem se focar na inovação.
Laura Frazão afirmou ainda que a produção destes organoides cerebrais permite “estudar várias fases do neurodesenvolvimento humano”, bem como “perceber os mecanismos de doenças neurológicas, como a esquizofrenia e outros transtornos”. Além disso, os “mini-cérebros podem eventualmente fornecer pistas para futuros tratamentos”, acrescentou.