Projeto para atenuar depressão perinatal financiado com 200 mil euros 590

Projeto para atenuar depressão perinatal financiado com 200 mil euros

11 de Março de 2015

Investigadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra (FMUC) obtiveram um financiamento de 200 mil euros para aplicar um programa pioneiro para minimizar o impacto da depressão na gravidez e no pós-parto.

Uma equipa de investigadores do Serviço de Psicologia Médica (SPM) da FMUC «acaba de obter um financiamento de 200 mil euros para aplicar um programa pioneiro a nível internacional, que visa minimizar o elevado impacto negativo da depressão perinatal (gravidez e pós-parto)», anunciou hoje a Universidade de Coimbra (UC).

O financiamento para o projeto, denominado “Rastreio, prevenção e intervenção precoce na depressão perinatal – Eficácia de um novo programa nos cuidados de saúde primários”, foi atribuído pelo Programa Iniciativas de Saúde Pública, do European Economic Area Grants (EEA-Grants), no âmbito do Mecanismo Financeiro do Espaço Económico Europeu 2009-2014.

Aquele mecanismo financeiro resulta de um memorando de entendimento entre Portugal e os países doadores, que são Islândia, Liechtenstein e Noruega.

O projeto consiste, em termos genéricos, na «aplicação a uma vasta amostra representativa de mulheres portuguesas, recrutadas nos cuidados de saúde primários e maternidades das regiões de Coimbra e de Aveiro, de um novo teste preditivo de auto-resposta», intitulado “Rastreio e prevenção da depressão perinatal”.

Desenvolvido de raiz, em Coimbra, pela equipa do SPM da FMUC, «o teste avalia sintomas e fatores de risco, permitindo prever quais as mulheres com maior probabilidade de ter depressão durante a gravidez e no período pós-parto», adiantou a UC, à “Lusa”.

Paralelamente, a equipa de investigadores envolvidos no estudo vai realizar «ensaios clínicos (aos níveis da prevenção e intervenção precoce), por forma a validar a eficácia do programa de rastreio».

Para a coordenadora do projeto, Ana Telma Pereira, o objetivo da investigação, que dá continuidade ao trabalho científico desenvolvido na última década pelo SPM, e do qual resultaram «muitas publicações e apresentações internacionais», é «continuar a contribuir para a minimização do elevado impacto negativo da depressão perinatal».

Apesar de a depressão perinatal ser «um problema de saúde pública prevenível e tratável, sem programas de rastreio menos de 10% das mulheres afetadas recebem tratamento», sublinhou Ana Telma Pereira.

«Todas as mulheres no período perinatal poderão, potencialmente, beneficiar com esta intervenção, pois a todas será dada a oportunidade de serem avaliadas quanto à presença de sintomas de depressão perinatal e fatores de risco associados», salientou a investigadora.

As mulheres que mantenham ou a quem seja diagnosticada a patologia serão «encaminhadas para consulta externa de psiquiatria para avaliação e tratamento especializado por membros da equipa de investigação, no Centro de Responsabilidade Integrada de Psiquiatria e Saúde Mental do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC)», conclui Ana Telma Pereira.

Além da coordenadora do estudo, Ana Telma Pereira, e do diretor do SPM da FMUC, António Ferreira de Macedo, integram a equipa de investigadores envolvidos no projeto Maria João Soares e Mariana Marques, do SPM, e Carolina Roque, Miguel Bajouco, Nuno Madeira, Susana Renca e Vasco Nogueira, do Serviço de Psiquiatria do CHUC/FMUC.