Projeto para combater infeções vence prémio Bluepharma/UC 606

Projeto para combater infeções vence prémio Bluepharma/UC

08 de Julho de 2016

Um projeto científico para combater infeções microbianas, desenvolvido pelos investigadores Lino Ferreira e Akhilesh Rai, do Centro de Neurociências e Biologia Celular (CNC) de Coimbra, venceu o prémio Inovação Bluepharma/Universidade de Coimbra (UC), foi ontem anunciado.

Denominado Bug-killer, o projeto consiste numa plataforma de nanomedicina para «combater infeções microbianas e promover a regeneração de tecidos», sintetizou Lino Ferreira, que falava aos jornalistas, ontem, à margem da sessão de anúncio e entrega da distinção, na Sala do Senado da Universidade de Coimbra.

O projeto pretende desenvolver «uma nova formulação biomédica, que associa propriedades antimicrobianas e pró-regenerativas, com elevada eficácia antimicrobiana e propriedades angiogénicas e imunomoduladoras», citou a “Lusa”.

Essa formulação visa dar resposta a «um grande problema de saúde pública a nível mundial, relacionado com a falta de novos fármacos para combater infeções microbianas e um crescente número de fenómenos de resistência aos antibióticos».

O vencedor do Prémio Inovação Bluepharma/Universidade de Coimbra 2015, ao qual se candidataram 27 projetos candidatos – “«odos de grande qualidade», sublinhou, durante a sessão, o antigo reitor da UC e presidente do júri, Fernando Seabra Santos –, receberá já 20 mil euros, podendo o prémio, contudo, chegar aos 50 mil, caso seja provada a viabilidade de mercado da ideia.

Os dois investigadores distinguidos acreditam que o seu projeto virá a merecer o investimento total de 50 mil euros, pois, para além de já ter a patente registada, acaba de receber, com esta distinção, mais uma «validação».

Os testes clínicos poderão «começar daqui a dois/três anos», admite Lino Ferreira, condicionando, no entanto, esta possibilidade, a fatores como a existência de recursos económicos.

O júri do Prémio, constituído por Carlos Faro, do Biocant, Luís Almeida, da Blueclinical, Sérgio Simões, da Bluepharma, e de Miguel Botto, da Portugal Ventures, para além de Seabra Santos, decidiu também atribuir três menções honrosas a outros tantos projetos, para destacar «o elevado mérito científico de que se revestem», mas «todos os trabalhos concorrentes foram avaliados de forma extremamente positiva», sublinhou o antigo reitor da UC.

Os investigadores cujos projetos que lideram foram reconhecidos com menções honrosas são Francisco Miguel da Gama, Ana Rita Duarte e Luís Moutinho.

Estes trabalhos científicos também são de «excelência, a nível internacional, na área das ciências da saúde», apresentam «elevado potencial de transformação em produtos ou serviços» e possuem «real interesse para a sociedade», de acordo com os pressupostos do Prémio.

Esta colaboração entre a Universidade de Coimbra e a Bluepharma representa muito bem os novos tempos e não apenas a estratégia que a instituição e a empresa, fundada, há 15 anos, em Coimbra, têm adotado, salientou o reitor João Gabriel Silva.

Do mesmo modo, a evolução do Prémio, que nas suas primeiras edições distinguia dissertações de doutoramento, reflete a transformação da realidade, sustentou João Gabriel Silva, considerando que a tese de doutoramento já não é «o auge, mas é o início de um percurso, com muitas direções», que «abre horizontes».

Para o presidente da Bluepharma, Paulo Barradas Rebelo, o Prémio enquadra-se plenamente na estratégia da empresa, que assenta na inovação, no investimento, na internacionalização, na qualidade e nas parcerias («competir cooperando»).