Projeto-piloto de saúde oral arranca em 13 centros de saúde 807

Projeto-piloto de saúde oral arranca em 13 centros de saúde

22 de Março de 2016

O secretário de Estado Adjunto e da Saúde, Fernando Araújo, revelou ontem que 13 centros de saúde, em Lisboa e no Alentejo, vão implementar, até ao final deste 1.º semestre, um projeto-piloto na área da saúde oral.

«Pretendemos, ao longo destas experiências-piloto, e serão 13 nesta primeira fase, iniciar a integração de médicos dentistas nos cuidados de saúde primários, de modo a que os utentes tenham uma acessibilidade fácil a cuidados de saúde oral e possamos prestar uma resposta com qualidade», salientou o governante.

Fernando Araújo, que hoje se deslocou ao centro de saúde de Portel, no distrito de Évora, uma das unidades abrangidas pelo projeto-piloto, afirmou que a saúde oral é «uma área de fragilidade» no âmbito do Serviço Nacional de Saúde (SNS).

«Apesar do programa cheque-dentista que temos tido ao longo destes últimos oito anos e para além de toda a política na área da prevenção e na promoção da saúde oral, continuamos a ter uma área de fragilidade, no sentido do acesso a cuidados de saúde oral», disse, citado pela “Lusa”.

Por isso, com esta iniciativa, que vai abranger, por enquanto, dois centros de saúde no Alentejo (Portel e Montemor-o-Novo) e 11 na zona de Lisboa, o Ministério da Saúde vai afetar profissionais de saúde oral àquelas unidades de cuidados de saúde primários.

«Os dentistas e os assistentes de medicina dentária irão estar, em presença física, nos centros de saúde e os utentes vão poder ser orientados», pelos seus médicos de família, «para estes profissionais, de modo a termos uma resposta com qualidade em saúde oral», afiançou o secretário de Estado.

O governante referiu que o objetivo é que, até final do 1.º semestre deste ano, o projeto-piloto possa arrancar «com os profissionais a poderem tratar os doentes», seguindo-se, «durante um ano», a monitorização e avaliação para a experiência ser, depois, alargada a outras zonas do país.

A escolha das unidades de saúde, nesta fase inicial, regeu-se por dois critérios, segundo o secretário de Estado: centros de saúde que «já tivessem condições físicas próprias para esse fim», para que a experiência «pudesse ser iniciada mais rapidamente», e locais onde não houvesse «tanta oferta de cuidados de saúde».

«Portel é um bom exemplo disso. Temos um centro de saúde com ótimas instalações» e num concelho «onde a população terá menos oferta de cuidados de saúde oral», indicou, defendendo que é preciso que «os utentes confiem no SNS, nos médicos e na equipa de família» e que possam encontrar «vários tipos de resposta» e «com qualidade» ao nível dos cuidados de saúde primários.

O presidente da Administração Regional de Saúde (ARS) do Alentejo, José Robalo, explicou que, nesta área da saúde oral, vão ser privilegiadas «pessoas que já têm outras patologias e que necessitam mesmo de cuidados de uma forma mais rápida».

«Estamos a falar por exemplo de um doente diabético», que, nestes centros de Saúde, vai «ter acesso a todo o tratamento dentário», indicou, explicando também que, tanto para Portel como para Montemor-o-Novo, vão ser encaminhados doentes de unidades de cuidados primários de concelhos vizinhos.