Protocolo com Instituto Medicina Tropical oficializa estudo e prevenção de doenças nos PALOP
16 de julho de 2014
O estudo e a prevenção de doenças como a malária, o dengue, a doença do sono e a leishmaniose nos países de língua portuguesa são hoje oficializados através de um protocolo que será assinado no Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT).
O protocolo, que será assinado entre o Ministério da Saúde e a Universidade Nova de Lisboa, visa «a melhoria das sinergias e da articulação entre a atividade da Direção-Geral da Saúde (DGS) e do Instituto de Higiene e Medicina Tropical (IHMT), através da instituição de um programa designado Francisco Cambournac».
O objetivo deste programa é «apoiar os países de língua oficial portuguesa no reforço das suas instituições de saúde e na investigação aplicada ao setor da saúde, em particular no que diz respeito ao estudo e prevenção das doenças tropicais, com especial enfoque na malária e doenças negligenciadas».
Para o diretor do IHMT, Paulo Ferrinho, o protocolo é um «reconhecimento do Ministério da Saúde» pelo trabalho do Instituto enquanto parceiro técnico para a cooperação na saúde com os países de língua portuguesa».
«Temos uma relação muito estreita com todos os ministérios da saúde dos PALOP, construída com laços pessoais muito fortes, até porque muitos desses ministros e dirigentes são ex-alunos do instituto e desenvolveram laços e relações que nos têm permitido desenvolver ações», disse à “Lusa” o responsável.
Muitas dessas ações não têm tido, até agora, um «caracter oficial», uma lacuna que fica hoje resolvida com a assinatura deste protocolo.
O IHMT não espera, com este protocolo, um apoio financeiro formal do Ministério da Saúde, embora admita que este reconhecimento dá um outro estatuto ao IHMT, que o ajudará a «procurar financiamento para as ações que desenvolve».
O protocolo vai ser assinado no âmbito do Simpósio “Saber Tropical e Investigação na NOVA”, que tem como objetivo «divulgar os resultados de investigação de estudos colaborativos entre a Universidade Nova de Lisboa e o Instituto de Investigação Científica e Tropical em várias áreas do saber científico, as suas perspetivas futuras e ligações internacionais».
Algumas das patologias endémicas, em cujo estudo e prevenção o IHMT trabalha, são especialmente prevalentes entre as populações mais pobres da África, Ásia e América Latina e causam entre 500 mil a um milhão de mortes por ano.