Próximo presidente da associação dos administradores hospitalares defende mais qualidade 01 de Junho de 2016 Alexandre Lourenço, único candidato à presidência da Associação Portuguesa dos Administradores Hospitalares (APAH), considera que não estão garantidas as condições para existir qualidade na gestão dos hospitais públicos. Em entrevista à agência “Lusa”, Alexandre Lourenço apontou a necessidade de desenvolvimento da atividade de administrador hospitalar, com o intuito de criar condições para melhorar a gestão do Serviço Nacional de Saúde (SNS). «Hoje acreditamos que não estão garantidas as condições para termos qualidade na gestão dos hospitais», disse. Para o antigo dirigente da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), «falta que o recrutamento das pessoas passe por estas terem capacidades e formação específicas para gerir hospitais e formar continuamente os administradores hospitalares». Alexandre Lourenço defende ainda uma avaliação contínua desses administradores hospitalares. «Existe a carreira de administrador hospitalar, mas não existe uma garantia que as pessoas que estão a trabalhar nos hospitais ao nível da gestão intermédia e dos conselhos de administração tenham uma formação específica ou sejam administradores hospitalares», disse. Alexandre Lourenço refere ainda que «existe arbitrariedade nas escolhas dos gestores públicos». «Se virmos os relatórios do Tribunal de Contas ou da própria CRESAP, conseguimos perceber que não estamos a recrutar as pessoas mais qualificadas e melhor preparadas». Na opinião do próximo presidente da APAH, «os hospitais são organizações mais complexas em termos de da gestão e faz todo o sentido que as pessoas que estão à frente dos hospitais tenham uma formação específica, dedicada e ao longo da sua carreira sejam obrigados a ter uma formação contínua e que sejam avaliados pela sua atividade». Sobre esta avaliação, refere que não faz sentido existirem «pessoas à frente das organizações sem terem uma avaliação precisa para percebermos quais são os piores e os melhores e promovermos os que têm melhores capacidades». «O risco que temos de não seguir este caminho são os riscos que estamos a observar: temos organizações em que a única preocupação é o orçamento, porque continuam a ser altamente deficitárias, e que no limite não estamos a promover a qualidade dos cuidados. E nós temos de criar condições para os hospitais e os profissionais prestem os melhores cuidados de saúde». |