PS acusa Centro Hospitalar do Oeste de não tratar doentes com hepatite C 661

PS acusa Centro Hospitalar do Oeste de não tratar doentes com hepatite C

22 de Outubro de 2015

A concelhia das Caldas da Rainha do PS acusa o Centro Hospitalar do Oeste (CHO) de não disponibilizar tratamentos a 20 doentes com hepatite C, mas o hospital diz que todos os tratamentos autorizados estão a ser feitos.

 

Num comunicado enviado à agência “Lusa”, o PS refere «a existência de uma lista de cerca de 20 doentes [com hepatite C] que, apesar do seu tratamento se encontrar devidamente autorizado pelo INFARMED», continuam à espera do «medicamento que pode curar a sua doença não se [encontrar] disponível» na unidade das Caldas.

 

A concelhia considera a situação «inaceitável» e exige ao conselho de administração do CHO (que integra o hospital das Caldas da Rainha e os de Torres Vedras e Peniche) «uma explicação pública e exaustiva sobre esta matéria», bem como uma rápida solução.

 

Para a presidente da concelhia, Sara Velez, trata-se de uma «situação intolerável e violadora dos mais básicos direitos» dos doentes envolvidos.

 

«Nenhuma razão pode ser invocada para que, estando o tratamento disponível e a ser administrado em todo o país, o mesmo não esteja a acontecer no Hospital das Caldas da Rainha», sustenta a presidente da concelhia.

 

Contactado pela “Lusa”, o CHO esclareceu ontem que na sua área de abrangência existem «44 doentes que se encontram ao abrigo do programa de financiamento centralizado da hepatite C», dos quais «quatro já estão a fazer o tratamento». O primeiro doente a iniciar a administração do medicamento, em 3 de junho, «já o finalizou».

 

A administração do CHO, presidida por Carlos Sá, esclarece ainda que «na passada semana foram autorizados os tratamentos a mais quatro doentes» e que estão em fase final de validação e aprovação «os processos de tratamento para outros sete doentes, que deverão iniciar o tratamento a breve prazo».

 

De acordo com Carlos Sá, «os processos referentes aos restantes 29 doentes estão ainda em validação nas diversas fases administrativas anteriores à aprovação pelo conselho de administração, a que estes processos obrigam».

 

O CHO considera assim estar a «a cumprir a estratégia nacional definida para o tratamento da hepatite C» e a realizar as diligências necessárias para garantir que os doentes são tratados no tempo adequado, recordando que a administração do medicamento obedece ao cumprimento de «normas clínicas e administrativas» definidas pelo Ministério da Saúde.

 

«Os doentes são inicialmente registados pelo médico prescritor numa plataforma, coordenada pelo INFARMED, sendo posteriormente efetuados vários procedimentos de avaliação, validação clínica e orçamental, por várias entidades, que termina com a encomenda do medicamento e início do tratamento pelo doente», explicou Carlos Sá.

 

Segundo o responsável, estes procedimentos têm prazos de validação diversos.

 

O centro lamenta «a desinformação e alarmismo causado acerca deste tema, algo que poderia ter sido evitado caso tivessem sido solicitadas previamente informações» à administração do CHO.

 

O INFARMED, entidade que superintende o processo, autorizou a administração do medicamento a 6.815 doentes infetados com hepatite C, cerca de dois terços dos quais já se encontram em tratamento.

 

Segundo o PS, a 30 de setembro 107 doentes afetados já se encontravam curados graças ao tratamento cuja aquisição o Ministério da Saúde negociou com a indústria farmacêutica.