PS e PCP assinalam 35º aniversário do SNS, oposição concentra-se nas críticas ao Governo 19 de setembro de 2014 PS e PCP assinalaram ontem o 35.º aniversário do Serviço Nacional de Saúde (SNS) no plenário da Assembleia da República, com a oposição a concentrar-se nas críticas às políticas seguidas pelo governo de maioria PSD/CDS-PP. Numa declaração política, citada pela “Lusa”, a deputada do PS Maria de Belém Roseira foi a primeira a abordar a questão, assumindo o SNS como «património do Portugal democrático» e como «património valioso do PS». «Criado por António Arnaut, fundador do PS, o SNS no seu desenho constitucional de universalidade, generalidade e financiamento solidário, deve-se à tenacidade, à coragem e à sensibilidade e ao desassombro de António Arnaut», declarou a deputada socialista, sublinhando que no momento presente «o SNS faz cada vez mais sentido». Apontando a acessibilidade, qualidade, eficiência, justa afetação de recursos e sustentabilidade como os grandes desafios que se colocam hoje aos sistemas de saúde, Maria de Belém Roseira defendeu ainda a necessidade de os enfrentar com «inteligência, com cooperação e com sensibilidade». Pelo PCP, a deputada Paula Santos elegeu igualmente o SNS como tema da declaração política da bancada comunista, numa intervenção com duras críticas ao Governo e ao «progressivo desmantelamento do SNS». «Só com doses de hipocrisia e cinismo, é possível os membros do Governo tecerem elevados elogios ao SNS, quando tudo fazem para o destruir. Falam na defesa do SNS, mas o Governo do PSD e CDS foi o responsável pelas crescentes dificuldades no acesso à saúde pelos utentes e pela desvalorização profissional e social dos profissionais de saúde. Tais declarações não passam de propaganda política e eleitoral», afirmou. Paula Santos fez também referência às quatro iniciativas entregues esta semana pelo PCP no Parlamento, entre as quais um projeto de lei para a revogação das taxas moderadoras. João Semedo, do BE, corroborou depois as críticas deixadas pela bancada comunista, falando em «retrocesso e estagnação» do SNS. «Três anos depois, os resultados estão à vista», frisou, considerando que o SNS está sem dúvida pior. PSD e CDS-PP recusaram as acusações, com o deputado social-democrata Miguel Santos e a deputada do CDS-PP Teresa Caeiro a sublinharem que o SNS é de «todos», numa alusão à intervenção da socialista Maria de Belém Roseira, que assumiu o SNS como «património do PS». «Não há donos do SNS», sustentou a deputada do CDS-PP Teresa Caeiro, acrescentando que o «SNS é demasiadamente importante para se prestar a demagogias e como arma de arremesso político». Miguel Santos, do PSD, insistiu mais tarde que o SNS «é património de todos os portugueses», recusando que seja utilizado para «vaidades políticas». |