PS e PCP contra um hospital de Estarreja apenas com cuidados paliativos 555

13 de outubro de 2014

O PS e o PCP criticam o «desmantelamento» do Hospital Visconde de Salreu, em Estarreja, concluindo que «vai ser transformado apenas numa Unidade de Cuidados Paliativos», o que tem sido negado pela administração hospitalar.

«O fim anunciado do Hospital de Estarreja e a sua reconversão quase exclusiva numa unidade de cuidados paliativos que servirá toda a região do Baixo-Vouga, por muito respeitável e necessário que seja o serviço, é um insulto à população de Estarreja», consideram Fernando Mendonça, Madalena Balça e Catarina Rodrigues, vereadores do PS na Câmara de Estarreja, numa posição hoje tornada pública, citada pela “Lusa”.

Para os representantes do PS, o investimento de 900 mil euros na criação de uma unidade de cuidados paliativos, anunciado pelo Governo para aquele hospital, «é um ato demagógico e serve apenas para atirar ‘areia aos olhos’ da população».

Segundo o PS, visa trocar um conjunto de serviços hospitalares «verdadeiramente importantes para a população, como a cirurgia de ambulatório e o desmantelamento do bloco operatório, por uma unidade que servirá apenas um setor muito específico de doentes, na sua grande parte de fora do município, perante a passividade da Câmara PSD/CDS».

Para os vereadores socialistas, «o serviço de cuidados paliativos poderia vir sim, mas enquadrado num hospital que albergasse todos os outros serviços que estavam previstos para o novo hospital projetado para junto do atual centro de saúde e do quartel dos bombeiros, na Teixugueira, que foi anunciado pelo anterior governo do PS».

O PCP insurgiu-se igualmente, em comunicado, contra a redução das valências do Hospital Visconde de Salreu: «o desmantelamento do Hospital Visconde de Salreu irá levar nos próximos meses ao seu encerramento tal como o conhecemos, passando a ser uma única unidade de cuidados continuados, que em nada dá resposta às necessidades e anseios das populações de Estarreja, bem como dos concelhos vizinhos».

O PCP classifica de «embuste» a garantia da manutenção de valências dada aquando da visita do secretário de Estado da Saúde, Manuel Teixeira, aquele hospital, em 29 de julho, em que foi anunciada a realização de obras, num investimento de 900 mil euros.

Segundo aquele partido, a cirurgia de ambulatório não reabriu a 15 de setembro como estava prometido, as pequenas cirurgias que se efetuavam três dias por semana passaram a uma, as consultas de anestesia foram desmarcadas e passaram para Águeda, para cujo hospital foi transferido um dos médicos, diminuindo «drasticamente» as consultas de cirurgia.

A transferência de enfermeiros e funcionários administrativos para o Hospital de Aveiro é outra das medidas de «desmantelamento» denunciadas pelo PCP.

A Administração Regional de Saúde do Centro e a própria administração do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, que gere os hospitais de Aveiro, Águeda e Estarreja, têm negado a intenção de encerrar o Hospital Visconde de Salreu, afirmando que as medidas de reorganização tomadas visam rentabilizar meios e prestar melhor serviço às populações.