Psoríase: Portugal assinou resolução da OMS mas não a implementou 28 de Maio de 2015 Apesar de ter sido assinada há um ano, a resolução da Organização Mundial de Saúde (OMS) que declara a psoríase como «doença crónica, grave e não transmissível», ainda não vigora em Portugal. Os doentes acusam o Ministério da Saúde de impedir a implementação deste documento. Um reconhecimento decisivo para alterar as regras comparticipação e acesso aos medicamentos e tratamentos complementares. Atualmente, a medicação para a psoríase prescrita pelas especialidades de Dermatologia e Reumatologia é integralmente comparticipada. Mas os tratamentos complementares que, segundo o presidente da Associação Portuguesa de Psoríase (PSOPortugal),João Vaz Martins, «são tão necessários quanto os medicamentos», só são pagos na totalidade «a doentes com 60% de incapacidade comprovada ou com rendimentos abaixo dos 650 euros». Critérios de seleção que, segundo este responsável, «são extremamente rígidos e abrangem uma percentagem muito reduzida» do universo de portadores da doença. Na prática, as pomadas e os champôs que integram o cabaz terapêutico da psoríase «são considerados cosméticos, logo são taxados com IVA a 23%. Muitos doentes deixam mais de 300 euros na farmácia só nestes produtos», sublinhou Vaz Martins, à “Renascença”. Além do problema dermatológico, em muitos casos notório, a psoríase manifesta-se também nas «artrites, obesidade, problemas cardíacos, doença inflamatória do colon, hipercolesterolemia». Os números mais recentes estimam que haja entre 250 e 300 mil portugueses com psoríase. E desses, 10% sofrem de artrite psoriática, uma das complicações mais comuns desta doença auto-imune. As projeções futuras da OMS apontam para um aumento deste tipo de casos para os 40%. |