Qatar anuncia acordo para entrega de medicamentos na Faixa de Gaza 291

A mediação do conflito entre Israel o Hamas anunciou esta terça-feira (16) um acordo para o envio de medicamentos e outro tipo de ajuda para a Faixa de Gaza em troca de remédios para os reféns em posse do movimento palestiniano.

Em comunicado, a diplomacia do Qatar indicou que o acordo, obtido em cooperação com a França, permitirá a entrega de medicamentos e outro tipo de ajuda humanitária a civis na Faixa de Gaza, nas zonas mais afetadas e vulneráveis, em troca de medicamentos para os reféns israelitas do Hamas.

O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros qatari explicou, em declarações à agência de notícias QNA, que a ajuda, cujos detalhes não foram fornecidos, partirá na quarta-feira de Doha para a cidade de Al-Arish, no Egito, a bordo de dois aviões das Forças Armadas, antes de seguir para o enclave palestiniano.

Majed bin Mohammed Al-Ansari sublinhou a importância da continuação do trabalho com parceiros regionais e internacionais, “particularmente em questões humanitárias e evacuação médica, no âmbito dos esforços do Qatar para pôr fim à guerra em Gaza”, cita a Lusa.

Anteriormente, no âmbito da mediação do Qatar, Egito e Estados Unidos, foi alcançada uma trégua entre 24 e 30 de novembro, mediada pelo Qatar, Egito e Estados Unidos, que incluiu a libertação de 105 reféns detidos pelo Hamas em troca de 240 prisioneiros palestinianos e a entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza.

O mais recente conflito entre Israel e o Hamas foi desencadeado pelo ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano em território israelita, massacrando cerca de 1.140 pessoas, na maioria civis, e levando mais de 200 reféns, segundo números oficiais de Telavive.

Em retaliação, Israel, que prometeu eliminar o movimento palestiniano considerado terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, lançou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local, já foram mortas mais de 24.000 pessoas – na maioria mulheres, crianças e adolescentes – e feridas acima de 57 mil, também maioritariamente civis.

O conflito provocou também cerca de 1,9 milhões de deslocados (cerca de 85% da população), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária.