Quase 113 mil unidades de medicamentos suspeitas de falsificação no primeiro semestre de 2017
28 de junho de 2018 Quase 113 mil unidades de medicamentos foram intercetadas pelas autoridades portuguesas no primeiro semestre de 2017, por suspeita de falsificação, das quais 18% foram destruídas, segundo dados avançados à “Lusa” pelo INFARMED. Entre janeiro e junho do ano passado, foram identificadas pela Autoridade Tributária e Aduaneira 2.716 embalagens de medicamentos suspeitas de serem ilegais ou falsificadas, num total de 112.986 unidades intercetadas que foram retidas ou devolvidas ao remetente. A maioria dos medicamentos detetados nas alfândegas nacionais no primeiro semestre de 2017 pertenciam às categorias de analgésicos (23%), disfunção erétil (20%) e outros (12%). Doze por cento destinavam-se ao sistema nervoso, 11% eram psicofármacos e 8% anti-inflamatórios, adiantam os dados divulgados a propósito do XII Encontro das Autoridades Competentes de Medicamentos dos Países Ibero-Americanos (Rede EAMI), que decorre em Lisboa até sexta-feira e que reúne 17 países. O INFARMED emitiu 2.094 pareceres relativos a estes medicamentos, numa média de 16,6 produtos por dia, 898 dos quais foram no sentido de reter para destruição (18%), três para se proceder a recolha para colheita e em 1.124 casos foi aconselhada a devolução ao remetente (187 das quais por falta de informação dos produtos). Em 28 ocasiões o produto encontrava-se fora do âmbito do protocolo e em 38 situações o Infarmed não era a entidade competente para avaliar, tendo sido esse o parecer emitido nestes casos, referem os dados. O reforço do combate aos medicamentos falsificados é uma das prioridades da Rede EAMI, que esta manhã discutiu formas de ligar o projeto europeu ao sistema Ibero-americano (Fakeshare e FALFRA), garantindo um controlo mais apertado da vigilância, identificando mais situações de fraude e prevenindo problemas de saúde pública. Durante o encontro, salientou-se «a necessidade de encontrar soluções fortes e duradouras para problemas e desafios comuns aos 22 países da rede, que têm uma população total de cerca de 625 milhões», refere o INFARMED em comunicado. O combate aos medicamentos falsificados, às vendas online e à promoção da investigação através de ensaios clínicos, são algumas áreas em que se prevê um reforço de medidas conjuntas. «O INFARMED irá reforçar a participação no combate aos medicamentos falsificados, no aumento da visibilidade da rede junto de organismos europeus e internacionais e no reforço da formação, nomeadamente em parceria com Espanha», disse a presidente do INFARMED, Maria do Céu Machado. A partilha de informação técnica e científica, a melhoria das práticas e da experiência efetiva entre os países membros vão contribuir para garantir o contínuo acesso dos cidadãos a medicamentos de qualidade, eficazes e seguros. As conclusões deste encontro, com o tema “Tendências atuais e futuras dos sistemas regulamentares do medicamento e produtos de saúde da Ibero-américa e as propostas para o plano estratégico da Rede deverão fazer parte da agenda da próxima Cimeira Ibero-Americana de Chefes de Estado e de Governo, prevista para Novembro de 2018. |