Quase 5.500 casos de doenças de declaração obrigatória notificados em 4 anos
20 de Agosto de 2014
Perto de 5.500 casos de doenças de declaração obrigatória foram notificadas em Portugal entre 2009 e 2012, a maior parte na região norte do país, segundo dados divulgados pela Direção-Geral da Saúde (DGS).
«Uma doença de declaração obrigatória é aquela para a qual informação frequente, regular e temporalmente adequada relativamente aos casos de doença individuais é considerada necessária para a sua prevenção e controlo», explica a DGS no relatório “Doenças de Declaração Obrigatória 2009-2012”.
Segundo o relatório, publicado no site da DGS, foram notificados neste período 5.493 casos, dos quais 2.040 foram assinalados na região norte e 1.922 na região de Lisboa e Vale do Tejo.
De acordo com a “Lusa”, os dados indicam que 849 casos foram registados na região centro, 205 no Alentejo, 187 no Algarve, 100 nos Açores, 50 na Madeira e 22 no estrangeiro. Houve ainda 117 situações cuja localização é desconhecida.
A maior parte dos casos notificados (793) foi de salmoneloses (intoxicação alimentar pela bactéria salmonela), seguindo-se os casos de sífilis precoce (755).
Foram também notificados 601 casos de febre escaro-nodular (febre da carraça), 588 casos de parotidite epidémica (papeira), 459 de doença dos legionários (pneumonia provocada por bactérias do género Legionella), 442 infeções gonocócicas e 388 casos de tosse convulsa.
Houve ainda 329 notificações de infeção e meningite meningocócica, 296 de brucelose, 217 de malária, 120 de leptospirose, 96 de infeção e meningite por haemophilus influenza, 80 de febre tifóide e paratifoide, 67 de hepatite A, 62 de febre Q (doença transmitida por animais), 46 de sífilis congénita e 42 de leishmaniase visceral.
Neste período, foram notificados 33 casos de doença de Creutzfeldt Jakob (encefalopatia espongiforme) e 31 de doença de Hansen (lepra), segundo o relatório, que faz uma análise descritiva dos casos notificados de acordo com as variáveis demográficas sexo, idade e localização geográfica.
Dos 33 casos de Creutzfeldt Jakob, 17 foram registados no norte do país, 13 na região de Lisboa e Vale do Tejo, um na região centro e um nos Açores.
Já a maioria dos casos de lepra foi registada na região de Lisboa e Vale do tejo (19), mas houve também quatro situações registadas na região centro, três no norte, três no Algarve e uma no Alentejo.
Os casos notificados destinam-se a «fornecer às autoridades de saúde locais, regionais e nacionais a capacidade de monitorizar a ocorrência e disseminação de doenças transmissíveis, fornecendo a base para o planeamento e intervenção na sua prevenção e controlo».
A nível local, a notificação da doença protege a saúde da população assegurando a identificação e seguimento dos casos, identificação de contactos, investigação e contenção de surtos de doença e limitar o risco ambiental.
A nível nacional, permite responder a vários requerimentos internacionais, como a comunicação para a Organização Mundial de Saúde e para o Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças, fornecendo a base para o trabalho com a comunidade internacional para a prevenção e controlo de surtos.