Quase 63% dos portugueses defendem reorganização do Sistema de Saúde 633

Segundo o estudo “Necessidades não atendidas e soluções para crises em saúde em Portugal”, promovido pela Angelini Pharma Portugal, quase 63% dos portugueses defendem que haja uma reorganização do Sistema de Saúde para lidar com futuras crises em saúde.

O estudo foi realizado pela Spirituc Investigação Aplicada em outubro de 2021, a 1.000 inquiridos com idades compreendidas entre os 18 e os 80 anos e com diferenças ao nível de agregado familiar, região de residência, rendimento mensal líquido, grau de escolaridade e condição profissional.

Esta investigação teve como intuito perceber quais foram as principais necessidades e dificuldades da população durante a pandemia, bem como a forma como esta alterou as suas perceções sobre a área da saúde em Portugal e quais são as soluções defendidas.

O estudo mostrou que as doenças infectocontagiosas, com 31,5%, e as doenças mentais, com 28,3%, são consideradas as próximas grandes crises de saúde em Portugal.

Quanto ao atual estado do setor da Saúde em Portugal, as listas de espera para consultas e exames (64,6%), o número reduzido de profissionais de saúde (60,7%) e as listas de espera para tratamentos e cirurgias (52,3%), são os aspetos mais referenciados.

Questionados sobre as áreas de melhoria, 7,5% dos inquiridos defendem que a educação e a literacia para a saúde são os aspetos com necessidade de melhoria para futuras crises de saúde.

Para os inquiridos, o investimento mais urgente no setor da saúde passa pela contratação de mais profissionais de saúde (45,9%), seguido pelo investimento na melhoria dos serviços hospitalares (31%) e na melhoria dos serviços dos cuidados primários (17%).

Para cerca de 60% dos inquiridos, o Governo é a entidade que deverá ter um papel mais ativo.

Sobre a perceção que os inquiridos têm sobre o SNS, consideram que este é um sistema tendencialmente envelhecido, próximo, orientado para o utente e universal (dirigido a todas as pessoas).

Durante a pandemia de covid-19, 30,8% dos inquiridos indicaram que tiveram dificuldades no acesso a cuidados de saúde. Para mais de 72% destes, as dificuldades foram sentidas ao nível do agendamento das consultas de rotina no SNS. Estas afetaram maioritariamente escalões etários mais elevados, na região Norte e Lisboa e Vale do Tejo, nos inquiridos com rendimentos mais baixos.

As farmácias e a Linha de Saúde 24, conseguiram melhorar a sua perceção junto dos inquiridos, assim como os Centros de Saúde/USF, que foi considerado a instituição mais importantes na rede de cuidados de saúde, sendo estes os primeiros locais a que recorrem.

Contudo, 85% dos inquiridos afirmaram que não tiveram dificuldade no acesso à informação sobre saúde. As fontes mais utilizadas foram a internet (61,3%), a televisão (48,6%), seguido do médico de família e a Linha Saúde 24 é a última da lista.

Relativamente à informação disponibilizada pela DGS durante a pandemia foi relevante (7,6/10) e não levantou problemas de compreensão (7,18/10) para a maioria dos inquiridos, que apontam o processo de vacinação como mais bem gerido pelas entidades competentes (8,4/10).