Helder Mota Filipe, bastonário da Ordem dos Farmacêuticos (OF), visitou na passada terça-feira o Hospital Garcia de Orta, em Almada, naquela que foi a sua primeira visita a uma farmácia hospitalar como representante dos farmacêuticos. Segundo a OF, o bastonário esteve em contacto com quase vinte farmacêuticos hospitalares, discutindo no local o impacto da regulamentação da carreira farmacêutica e do recente ataque informático àquela unidade de saúde.
Acompanhado de Paula Almeida, presidente do Conselho para a Qualificação e Admissão da OF, Helder Mota Filipe foi recebido pelo diretor clínico do Garcia de Orta, Nuno Marques, e pela vogal do conselho de administração Ana Sofia Ferreira. Após reunião entre estes, a comitiva seguiu para os serviços farmacêuticos, cuja direção técnica é de Armando Alcobia.
A OF tem alertado para a falta de recursos humanos farmacêuticos no SNS, o que poderia ter sido invertido com a publicação da carreira farmacêutica no SNS, cuja regulamentação tem sofrido vários atrasos e impedindo a renovação dos quadros. No local, no entanto, o bastonário assegurou o empenho da Ordem em insistir junto do Ministério da Saúde para resolução de problemas, ainda que distinguido, mas competências e nas áreas de intervenção, a Ordem profissional de um sindicato.
“Quero agora acreditar que estão reunidas as condições para o SNS começar a receber farmacêuticos residentes e depois integrá-los numa carreira que espera por eles há quase cinco anos”, considera o bastonário, sublinhando a disponibilidade dos farmacêuticos do HGO para acolher, integrar e formar farmacêuticos residentes, e ainda o esforço da equipa residente em ultrapassar as dificuldades provocadas pelo ataque informático ao hospital, no final de abril: “Tive oportunidade de me inteirar quanto aos danos deste ataque e da forma como os profissionais reagiram com muito empenho e muita proatividade para minorar o ataque, tentando recuperar informação em tudo o que é local”, disse o dirigente da OF à imprensa, no final da visita.
“Nenhum hospital está livre destes ataques e é importante sublinhar a força e coragem com que reagiram a este ataque e criar uma oportunidade de aprendizagem relativamente a estas situações que, infelizmente, se poderão repetir”, frisou.
Mota Filipe sugeriu também que as soluções encontradas para ultrapassar os problemas provocados por este ataque sejam partilhadas com outros profissionais, e de outros hospitais. Ainda para o dirigente, o acesso aos dados de saúde dos utentes é fundamental para prestação de cuidados de forma segura. “Todos os farmacêuticos que trabalham nas áreas assistenciais devem poder aceder aos registos de saúde eletrónica dos seus utentes, mediante o seu consentimento, e assim garantir a qualidade e a segurança dos cuidados que lhes são prestados”, disse.