Descubra qual a ‘reação adversa’ que Cidália Almeida da Silva, candidata à presidência do Conselho do Colégio de Especialidade de Farmácia Comunitária da Ordem dos Farmacêuticos (OF), pela Lista F, eliminaria da profissão ou ainda qual o princípio ativo que melhor descreve a sua personalidade.
- Qual é o princípio ativo que melhor descreve sua personalidade?
Resiliência, pela capacidade de adaptação e superação de desafios, mantendo o foco nos objetivos e no impacto positivo.
- Se a sua vida fosse uma bula, qual seria a principal contraindicação?
Intolerância à inércia, uma vez que não tolero a falta de iniciativa ou comprometimento.
- Qual é o maior efeito colateral de ser farmacêutico?
O elevado senso de responsabilidade, que por vezes pode levar à autocrítica excessiva.
- Qual foi a fórmula (ou decisão) mais inovadora que criou/tomou?
No ano passado, criei e coordenei um projeto interdisciplinar que envolveu a colaboração de profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros, assistentes sociais e farmacêuticos, para enfrentar e erradicar um surto recorrente de escabiose numa instituição de idosos. Este trabalho incluiu a implementação de protocolos de higienização, preparação de medicamentos manipulados, gestão de interações medicamentosas, capacitação de cuidadores e medição de indicadores socioeconómicos. O projeto resultou na erradicação do surto, na melhoria da qualidade de vida dos utentes e no reforço do papel do farmacêutico como elemento integrador nos cuidados de saúde. Este caso ilustra o impacto positivo da abordagem colaborativa na resolução de desafios complexos na saúde pública.
- Se pudesse desenvolver um medicamento revolucionário, para que seria?
Para tratar o desinteresse social, promovendo empatia, humanização, diálogo e maior cooperação entre as pessoas.
- Qual a sua dose diária de inspiração para enfrentar desafios?
O impacto positivo que o meu trabalho tem na vida dos utentes, aliado ao apoio da minha família e da minha equipa.
- Se pudesse trabalhar ao lado de qualquer cientista/personalidade da História, quem seria e o que desenvolveriam juntos?
Trabalharia com Marie Curie, explorando novas formas de aplicação de elementos químicos na medicina personalizada e em tratamentos inovadores na área oncológica.
- Qual é o maior placebo na área da farmácia que todos precisam parar de acreditar?
A ideia de que o farmacêutico apenas “vende medicamentos”. O farmacêutico é um profissional de saúde com papel central na promoção da saúde e bem-estar da população.
- O que mais a cura nos dias difíceis?
O reconhecimento do impacto do meu trabalho na saúde e qualidade de vida dos utentes.
- Qual a “interação medicamentosa” perfeita entre farmacêuticos e outras áreas da saúde?
Comunicação eficaz, respeito mútuo e colaboração interdisciplinar, com foco no bem-estar do doente.
- Se pudesse prescrever uma receita para a profissão farmacêutica, o que incluiria?
Receita para a Profissão Farmacêutica
- 300 mg de Valorização do título de Especialista: Reconhecimento pleno do papel do farmacêutico como agente indispensável na promoção da saúde pública e na gestão racional do medicamento.
- 200 mg de Formação Contínua: Acesso a programas de especialização e capacitação permanente para acompanhar os avanços científicos e tecnológicos.
- 300 mg de Colaboração Interdisciplinar: Fortalecimento das parcerias entre farmacêuticos, médicos, enfermeiros e outros profissionais de saúde, com foco na melhoria contínua dos cuidados prestados aos utentes.
- 300 mg de Sustentabilidade: Práticas sustentáveis na gestão de medicamentos, descarte responsável e redução do impacto ambiental no setor farmacêutico.
- 1 g de Proximidade com a Comunidade: Serviços acessíveis e personalizados, reforçando a ligação entre os farmacêuticos e os utentes.
- Dose diária de Inovação: Promoção da digitalização e de ferramentas tecnológicas que melhorem a eficiência e o impacto dos serviços farmacêuticos.
Posologia: Administrar diariamente em todas as áreas da profissão, ajustando conforme as necessidades da população e os desafios da saúde pública.
- Qual é o maior desafio de ‘manipular’ os problemas da profissão?
Conciliar as expectativas e necessidades da sociedade com as condições reais de trabalho e os recursos disponíveis.
- Qual é a ‘posologia’ para ser um bom líder no órgão a que concorre?
- Liderar com visão estratégica e clareza, com foco nos objetivos
- Garantir uma dose diária de diálogo e proximidade com a equipa
- Ajustar as estratégias com base nos resultados e no contexto
- Se pudesse eliminar uma única ‘reação adversa’ da profissão, qual seria?
A desvalorização profissional por parte de algumas instituições e da sociedade.
- Qual é a sua visão para a Farmácia daqui a 10 anos?
Uma profissão plenamente integrada no sistema de saúde, reconhecida pelo seu papel essencial na prevenção, adesão terapêutica e inovação, com os farmacêuticos a assumirem a liderança em estratégias de saúde pública.