Questionário de Proust: José Vera-Cruz, candidato ao Conselho do Colégio de Especialidade de IF 493

Descubra qual a ‘reação adversa’ que José Vera-Cruz, candidato à presidência do Conselho do Colégio de Especialidade de Indústria de Farmacêutica  (IF) da Ordem dos Farmacêuticos (OF), pela Lista H, eliminaria da profissão ou ainda qual o princípio ativo que melhor descreve a sua personalidade.

  • Qual é o princípio ativo que melhor descreve sua personalidade?

Diplomol, se existisse! Tento sempre ajudar a criar consensos e unir pessoas em torno de uma causa comum, com paciência e um sorriso.

  • Se a sua vida fosse uma bula, qual seria a principal contraindicação?

Contraindicado para quem aprecia longas discussões sem rumo ou reuniões intermináveis que não resultam em decisões concretas. Efeitos adversos podem incluir desconforto com a minha insistência em foco, eficácia e objetividade.

  • Qual é o maior efeito colateral de ser farmacêutico?

Acreditar que há sempre um remédio para qualquer “doença” – seja ele farmacológico ou não. Por vezes, a solução está numa boa conversa, ou até num simples gesto de cuidado. Afinal, ser farmacêutico é também ser um eterno otimista.

  • Qual foi a fórmula (ou decisão) mais inovadora que criou/tomou?

Inicialmente, pensei que teria sido a minha candidatura à presidência do Conselho do Colégio de Indústria Farmacêutica. No entanto, com uma equipa tão forte e um programa tão robusto, sinto-me muito confortável e confiante nesse projeto. Por isso, acredito que a decisão mais inovadora foi aceitar o desafio de transformar uma empresa química de gases numa empresa farmacêutica de gases medicinais. Durante muito tempo, fui o único farmacêutico num setor tão especializado, mas agora já somos algumas dezenas, não só nas áreas típicas da profissão, mas também em diversas outras atividades onde as competências dos farmacêuticos são reconhecidas como essenciais

  • Se pudesse desenvolver um medicamento revolucionário, para que seria?

Um biofármaco de reforço do orgulho e ser farmacêutico de indústria, porque somos essenciais. A valorização tem de começar por dentro.

  • Qual a sua dose diária de inspiração para enfrentar desafios?

O meu otimismo e positivismo, com a certeza de que no fim, haverá sempre motivos para celebrar.

  • Se pudesse trabalhar ao lado de qualquer cientista/personalidade da História, quem seria e o que desenvolveriam juntos?

Um botânico português: O Garcia de Orta. Para explorar o potencial terapêutico de plantas medicinais, combinando o conhecimento tradicional com a ciência moderna. Seria fascinante expandir o legado do seu pioneirismo para incluir as bases da fitoterapia e a farmacognosia contemporânea

  • Qual é o maior placebo na área da farmácia que todos precisam parar de acreditar?

Que o farmacêutico da indústria só vive de papéis e carimbos. Somos cientistas e gestores de impacto, e não se faz inovação sem nós

  • O que mais o cura nos dias difíceis?

Conversas com colegas, um abraço e uma palavra de carinho da minha mulher e dos meus filhos, e claro um bom copo de vinho. O equilíbrio é tudo

  • Qual a “interação medicamentosa” perfeita entre farmacêuticos e outras áreas da saúde?

O reconhecimento de que somos todos parte de um sistema – cada área traz algo único e essencial para o bem-estar do doente. Juntos, somos mais fortes e capazes de alcançar melhores resultados.

  • Se pudesse prescrever uma receita para a profissão farmacêutica, o que incluiria?

Valorização 500mg, tomada com orgulho diário na profissão,

Aumento de competências 1g, com foco em áreas emergentes como biotecnologia e inteligência artificial.

Colaboração interdisciplinar 3x ao dia

  • Qual é o maior desafio de ‘manipular’ os problemas da profissão?

Adaptarmo-nos à inovação constante e ganhar novas competências que nos permitam acompanhar e liderar as mudanças na área da saúde, como a biotecnologia ou, mais recentemente, a inteligência artificial. O desafio está em garantir que a profissão evolui para responder às necessidades da sociedade, mantendo-se relevante e indispensável, sem que isso seja interpretado como um esforço corporativo, mas sim como um compromisso com a excelência e a inovação em benefício de todos. A chave está em alinhar o progresso da profissão com as expectativas e necessidades da sociedade

  • Qual é a ‘posologia’ para ser um bom líder no órgão a que concorre?

Muita escuta ativa, com doses regulares de boa disposição, e uma visão que inspire. Sempre com proximidade aos colegas.

  • Se pudesse eliminar uma única ‘reação adversa’ da profissão, qual seria?

O farmacêutico não elimina reações adversas; gere-as com cuidado e prepara-se para antecipar e mitigar os seus impactos. O nosso foco está no equilíbrio do risco-benefício, garantindo que os benefícios superam os riscos.

  • Qual é a sua visão para a Farmácia daqui a 10 anos?

Uma profissão mais valorizada e integrada, onde também o farmacêutico da indústria é reconhecido como uma peça chave na saúde e na inovação. E onde “o Diplomata” deixou um legado de união e progresso.