Questionário de Proust: Nuno Duro, candidato à Secção Regional do Centro 143

Descubra qual a ‘reação adversa’ que Nuno Duro, candidato à presidência da Secção Regional do Centro da Ordem dos Farmacêuticos (OF), pela Lista J, eliminaria da profissão ou ainda qual o princípio ativo que melhor descreve a sua personalidade.

  • Qual é o princípio ativo que melhor descreve sua personalidade?

A amoxicilina, além de ter um largo espectro de eficácia, é geralmente bem tolerada e tem
uma toxicidade baixa. É claro que há o risco de desenvolver resistências, mas como me
empenho por períodos prolongados e em doses de eficácia comprovada, esse risco é baixo.

  • Se a sua vida fosse uma bula, qual seria a principal contraindicação?

“Pode causar desconforto a quem está acomodado”.

  • Qual é o maior efeito colateral de ser farmacêutico?

Um bom farmacêutico, acaba sempre por ter um grande impacto na comunidade que serve.
Diria que o efeito colateral de ser farmacêutico é o de passar a ser muito mais que do que isso
junto das populações que nele depositam confiança para muitas outras coisas.

  • Qual foi a fórmula (ou decisão) mais inovadora que criou/tomou?

Todas as decisões que fui tomando na minha vida levaram-me por um caminho de que me
orgulho, e deram-me os ingredientes daquilo que sou hoje. Inovei ao experimentar áreas
diferentes da profissão, e também ao procurar experiências no estrangeiro, que me trouxeram
uma perspetiva bastante diferente em muitos aspetos.

  • Se pudesse desenvolver um medicamento revolucionário, para que seria?

Um medicamento para o tratamento e cura do cancro inevitavelmente. Hoje, muitos de nós
conhecem uma ou mais pessoas que padecem desta doença terrível.

  • Qual a sua dose diária de inspiração para enfrentar desafios?

O sorriso do meu filho é um tónico inigualável.

  • Se pudesse trabalhar ao lado de qualquer cientista/personalidade da História, quem
    seria e o que desenvolveriam juntos?

Há inúmeros cientistas na História, que marcaram a evolução da medicina e da saúde ao longo
do tempo, que mereceriam destaque e sobre os quais poderia recair a minha escolha. No
entanto, a investigação atual desenvolvida por Carlos Carvalho e Markus Maeurer da Fundação
Champalimaud, na área do tratamento e deteção precoce do cancro do pâncreas, seria sem a
menor dúvida aquela que escolheria e colaboraria. Com o desenvolvimento de técnicas de
diagnóstico precoce talvez não tivesse perdido o meu pai tão precocemente…

  • Qual é o maior placebo na área da farmácia que todos precisam parar de acreditar?

Que não há nada a fazer… Infelizmente a resignação de muitos faz com que não haja exigência
para com os representantes. A melhor marca que poderei deixar será sempre o de alterar essa
mentalidade e fazer com que os colegas passem a esperar muito mais dos órgãos
representativos e de quem preenche os seus cargos.

  • O que mais o cura nos dias difíceis?

A convicção das minhas ideias e a confiança que tenho na minha equipa. Sei que as
dificuldades vão ser muitas, mas estes dois fatores dão-me uma confiança revigorante e
reparadora.

  • Qual a ‘interação medicamentosa’ perfeita entre farmacêuticos e outras áreas da
    saúde?

Aquela que permita aos utentes usufruírem do melhor benefício de cada área. Para isso é
fundamental que o espaço de cada um seja claro, mas integrado num plano maior, focado no
resultado final para o utente.

  • Se pudesse prescrever uma receita para a profissão farmacêutica, o que incluiria?

A União é o grande problema de fundo. Não temos a solidariedade entre colegas que
observamos noutra profissões. Temos que admitir que a nossa profissão tem características
que historicamente a tornaram assim. A verdade é que, não estando dispostos a agir como
uma frente comum, acabamos por conseguir pequenas e escassas vitórias, que geralmente
apenas trazem melhorias a alguns.

  • Qual é o maior desafio de ‘manipular’ os problemas da profissão?

Para se conseguir “manipular” alguma coisa, tem que haver capacidade de intervir nos meios
de decisão. Conhecemos bem, e continuamos a ouvir, quais são os problemas dos nossos
colegas, e sabemos como eles podem ser resolvidos. O grande desafio é reconquistar o
prestígio e o peso nos órgãos de decisão que influenciam a prática diária de todos.
Infelizmente, os anos de inércia causaram um grande dano, mas que é urgente reverter
rapidamente.

  • Qual é a ‘posologia’ para ser um bom líder no órgão a que concorre?

Ao longo das minhas experiências profissionais conheci pessoas incríveis, com muita
capacidade de trabalho e dedicação. Pessoas com ideias novas em relação a vários assuntos e
com muita vontade de causar impacto na sua profissão. Estou extremamente contente por ter
conseguido reunir muitas delas nesta equipa que me conhece profundamente. O segredo para
liderar um grupo destes é conhecê-los a todos também muito bem. Saber o que cada um pode
trazer e garantir que o fazem.

  • Se pudesse eliminar uma única ‘reação adversa’ da profissão, qual seria?

Existem muitos colegas que sofrem com problemas de saúde mental devido a vários fatores.
Seja pelas condições de trabalho, pelo facto de não se sentirem estimulados, por horários
pesadíssimos, pressão constante…inúmeras causas são passíveis de nos afetar. É uma “reação
adversa” que temos de prevenir e dar apoio a quem já sofre dela.

  • Qual é a sua visão para a Farmácia daqui a 10 anos?

A Farmácia que ocupa o seu espaço, capaz de oferecer os seus melhores serviços ao país e
receber o reconhecimento por isso, integrada num verdadeiro SNS, gerido a pensar nos
utentes. A Farmácia que possui várias vertentes de carreira, recompensadoras e atrativas, de
tal forma que apenas os colegas mais aventureiros e que assim o desejem, venham a sair do
país. A farmácia que exalta o que existe em comum em todos os farmacêuticos, e que não vive
refém de interesses que não os nossos