Quota de genéricos aumenta, mas maioria da despesa do SNS é com medicamentos sem genérico
25-Mar-2014
A quota de mercado de medicamentos genéricos era de 44,7% no ano passado, mas a maioria dos encargos do Estado com medicamentos referia-se a fármacos sem genéricos no mercado, revelou ontem o INFARMED.
O estudo sobre o Mercado de Medicamentos Genéricos em Portugal, elaborado e hoje divulgado pelo INFARMED, indica que a quota de mercado de genéricos em 2013 atingiu os 44,7%.
Esta percentagem, lê-se no estudo, cumpre a meta inscrita no Memorando de 45%.
Ainda assim, prossegue o documento, 52,8% (613 milhões de euros) dos encargos totais do Estado com medicamentos são referentes a medicamentos cuja denominação comum internacional (DCI) ainda não tem medicamentos genéricos disponíveis no mercado.
O INFARMED referiu que há DCI que, «embora tenham disponíveis vários medicamentos genéricos comparticipados, o medicamento de marca ainda detém a maior quota de vendas», dando exemplos do bisoprolol (para a hipertensão), cujo medicamento de marca ainda detém 54% do mercado.
O mesmo documento indica que, entre 2010 e 2013, houve uma evolução na quota de medicamentos genéricos em unidades de 31,4 por cento em 2010 para 44,7% em 2013 (mais 13,3 pontos percentuais).
«Apesar do aumento de unidades dispensadas, os encargos do Serviço Nacional de Saúde (SNS) mostram uma tendência de decréscimo de 29,3% (menos 480 milhões de euros)».
Segundo a “Lusa”, o INFARMED garante que «os encargos dos utentes também diminuíram 6,2% (menos 43 milhões de euros) neste período».
O estudo refere que, das 2.771 farmácias que existem em Portugal, 1.278 têm uma quota de mercado de genéricos igual ou superior a 45% e que, destas, 300 têm uma quota igual ou superior a 50%.