Há 128 anos, no dia 8 de novembro de 1895, o engenheiro mecânico e físico alemão Wilhelm Röntgen fez a sua descoberta mais preciosa: os raios-X. Nesse dia, a primeira radiografia da história foi tirada à mulher de Röntgen, Anna, que teve de ficar parada durante 15 minutos ao lado da invenção do marido. Este momento marca o nascimento da radiologia médica e das técnicas de diagnóstico por imagem, que tanto contribuíram para o avanço da Medicina. Esta invenção ajudou o engenheiro alemão a ganhar o Prémio Nobel pelas suas aplicações no campo da Medicina. Além disso, ajudou o resto do mundo a melhorar os seus diagnósticos, tratamentos e, em suma, a sua qualidade de vida desde então.
Depois do aparecimento dos raios-X, a investigação continuou e, graças a ela, foram desenvolvidos todos os tipos de equipamentos de diagnóstico por imagem: Mamografia, Ressonância Magnética, Ecografia, Endoscopia, Tomografia Axial Computorizada (TAC), entre muitos outros.
São ferramentas que nos ajudam a detetar e rastrear fraturas, tumores ou massas anormais, pneumonias, calcificações, objetos estranhos dentro do nosso corpo, problemas dentários ou lesões musculares. E, a cada ano que passa, a sua precisão está a aumentar, impulsionada pelo investimento em inovação e pela combinação de tecnologias.
Em Portugal, de acordo com o relatório do Instituto Nacional de Estatística de abril de 2023, em 2021 realizaram-se 191,7 milhões de atos complementares de diagnóstico e/ou terapêutica nos hospitais portugueses, ou seja, análises laboratoriais, exames imagiológicos, endoscopias, biópsias, entre outros. Estes exames são fundamentais para suportar aproximadamente 80% das decisões médicas, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS).
Tendo em conta estes dados, tenho a certeza de que Röntgen estaria tremendamente orgulhoso da forma como evoluímos a sua invenção original. O equipamento pesado e imóvel que demorava 15 minutos a mostrar o interior de uma pessoa demora agora apenas um segundo a registar a imagem e até suporta versões móveis que podem ser deslocadas para zonas remotas sem eletricidade. Mas, acima de tudo, gostaria de saber como é que este equipamento ajudou a diagnosticar milhões de doenças ao longo da história.
Penso que ficaria surpreendido ao ver como a qualidade das imagens recolhidas melhorou. E também que, graças à Inteligência Artificial, este tipo de equipamento é até capaz de adiantar determinados resultados e diagnósticos, aprendendo com cada exame efetuado e cada caso analisado. A informação recolhida graças à IA é partilhada através de uma rede e, no caso da Fujifilm, é sempre corretamente processada e anonimizada.
Dado que estes algoritmos de DeepLearning evoluem com o enriquecimento das suas próprias bases de dados, as equipas clínicas encontram na IA um aliado que permite alcançar uma maior confiança no diagnóstico.
Quanto mais rápido e claro for o diagnóstico, mais fácil será determinar o tratamento e maiores serão as hipóteses de cura do paciente, principalmente em casos de doença oncológica, na qual bem sabemos que o diagnóstico precoce ajuda a salvar vidas.
Claro que ainda existe um longo caminho a percorrer, e, para isso, é necessário continuar a apoiar a investigação, desenvolvimento e inovação, contando ainda com o importante contributo dos radiologistas para uma contínua evolução tecnológica. Temos de agradecer a todos eles pelo seu trabalho e por serem uma parte essencial dos cuidados prestados aos doentes. Não só no dia 8 de novembro, mas todos os dias do ano!
Ricardo Amado, Diretor de Sistemas Médicos da FUJIFILM Portugal