Raríssimas: Manuel Delgado diz que se demitiu por «grave violação da sua privacidade»
14 de dezembro de 2017 O ex-secretário de Estado da Saúde, Manuel Delgado, disse ontem que se demitiu por «grave violação da privacidade» da sua vida pessoal e afirmou nunca ter recebido «qualquer favorecimento por qualquer relação pessoal». Numa nota divulgada na sequência da sua demissão na terça-feira devido ao envolvimento no caso Raríssimas, o ex-governante refere que o seu pedido para sair do Governo, apresentado ao primeiro-ministro e ao ministro da Saúde, tinha o «intuito de não perturbar nem criar qualquer tipo de embaraço ao normal funcionamento do Governo», citou a “Lusa”. «O que motivou a minha demissão foi a grave violação da privacidade da minha vida pessoal em termos e circunstâncias inadmissíveis e que ultrapassaram todos os limites, já que foram muito além do âmbito e contexto sobre as eventuais suspeitas de irregularidades de gestão que foram cometidas naquela entidade», refere a nota de Manuel Delgado. Na sequência de uma reportagem emitida pela TVI no fim de semana, na qual se denunciavam práticas de gestão danosa da instituição particular de solidariedade social (IPSS) Raríssimas, e que envolviam o seu nome, Manuel Delgado deu na terça-feira uma entrevista ao canal em que disse ter posto o seu lugar à disposição do ministro da Saúde, Adalberto Campos Fernandes, que, segundo o ex-secretário de Estado, lhe respondeu que não via «razões objetivas» para o retirar de funções. A jornalista da “TVI” Ana Leal, durante a entrevista de terça-feira, justificou algumas das questões que colocou sobre as relações pessoais do ex-secretário de Estado com a possibilidade de estarem ligadas com eventuais favorecimentos a Manuel Delgado por parte de uma associação «paga por subsídios do Estado». Na nota divulgada ontem, Manuel Delgado afirma também que enquanto secretário de Estado da Saúde não teve «nenhuma intervenção em processos de apoio à Associação Raríssimas» e que não recebeu «qualquer favorecimento por qualquer relação pessoal». Reafirma ainda que a remuneração que recebeu se deve à prestação de um serviço para o qual foi contratado, tendo a contratação acontecido antes da sua entrada para o Governo e «respeitou na íntegra todo o quadro legal e ético». |