Recolha de fármacos para famílias carenciadas nas farmácias da Póvoa de Varzim 644

Recolha de fármacos para famílias carenciadas nas farmácias da Póvoa de Varzim

06 de Fevereiro de 2015

Várias farmácias da Póvoa de Varzim vão promover, entre 12 e 14 de fevereiro, uma recolha de medicamentos, não sujeitos a receita médica, que serão, depois, entregues a famílias carenciadas.

A iniciativa, promovida pelo Gabinete de Urgência Social (GUS) da Junta de Freguesia da Póvoa de Varzim, Beiriz e Argivai, está inserida no Banco Farmacêutico, que se assemelha ao Banco Alimentar, e realiza-se pela primeira vez no norte do país.

O projeto decorre em sete farmácias aderentes, onde estarão dois voluntários que vão abordar os clientes e explicar a iniciativa, e farmacêuticos que irão dispor de uma lista de medicamentos, não sujeitos a receita médica.

Liliana Strecht, coordenadora do GUS, contou que o material recolhido será depois entregue a famílias carenciadas já sinalizadas pelo gabinete: «As dádivas ficam connosco e depois são entregues consoante a prescrição passada pelo médico de família», citou a agência “Lusa”.

A coordenadora do Gabinete acredita que o projeto «será uma grande ajuda», lembrando: «a Aspirina é tomada por imensos utentes e vamos ajudar muitas pessoas com cardiopatias, assim como um paracetamol para crianças ou idosos».

A recolha vai decorrer nos dias 12, 13, de tarde, e no dia e 14 de fevereiro (Dia Internacional do Banco Farmacêutico), de manhã, nas farmácias Faria, Central, Nova, Mariadeira, Portas do Parque, Cardoso, e Campo e Salvador).

Paula Sá, diretora técnica da Farmácia da Mariadeira, revelou que não hesitou em apoiar o projeto, que considerou ser «uma boa iniciativa e que vai ajudar quem precisa».

Todas as farmácias aderentes têm de pagar uma verba de 40 euros, para contrariar a ideia de que participam com vista aos lucros. Paula Sá garantiu que está tudo preparado: «Os farmacêuticos já conhecem a lista e estão preparados».

Também Sofia Pires, diretora técnica da Farmácia Central, apontou a vertente solidária como o motivo da participação, explicando: «Estamos muito próximos da comunidade e sentimos que devemos ajudar e colaborar. Temos acompanhado as dificuldades das famílias, notamos que os utentes perderam poder de compra e nós temos que ajudar».

O presidente da Junta de freguesia, Daniel Bernardo, está confiante no sucesso da iniciativa, defendendo: «os poveiros já deram provas que são solidários e por isso acredito que vai correr bem. É preciso ver que hoje há pessoas que optam por medicamentos ou medicação e por isso faz todo o sentido uma ação destas».

O projeto Banco Farmacêutico surgiu em Itália, em 2000 e chegou a Portugal em 2009. Atualmente está implementado em Lisboa. O objetivo é ajudar as pessoas mais carenciadas através do fornecimento de medicamentos não sujeitos a receita médica, em colaboração com as realidades assistenciais.