Relatório Draghi: IF europeia com quadro regulamentar lento e complexo 148

Apesar de ser um dos maiores setores globais, a indústria farmacêutica (IF) europeia fica atrás de outros países, como China ou EUA, em áreas como biológicos, tratamentos para doenças raras e terapias avançadas de células e genes. Esta é uma das conclusões do relatório The Future of European Competitiveness: In-depth Analysis and Recommendations, elaborado por Mario Draghi, ex-presidente do Banco Central Europeu.

No capítulo dedicado ao estudo da competitividade da indústria farmacêutica europeia, entre as lacunas identificadas, destacam-se o menor e fragmentado investimento quer público, quer privado em I&D, um quadro regulamentar lento e complexo ou a desafiante emergência do Espaço Europeu de Dados de Saúde (EHDS).

No documento, divulgado no início do mês, Draghi reconhece, contudo, a importância do sector farmacêutico para a economia europeia, a relevância enquanto sector gerador de emprego e o papel geoestratégico, como demonstrado pela pandemia de COVID-19.

 

O Espaço Europeu de Dados de Saúde e outras recomendações

O EHDS tem como objetivo simplificar a partilha de dados entre fronteiras para pesquisa e formulação de políticas. Apesar de otimista em relação ao projeto, Draghi destaca a necessidade de harmonização imediata dos registos eletrónicos de saúde nacionais para maximizar seus benefícios.

O relator deixa ainda recomendações no sentido de explorar as potencialidades da inteligência artificial  (IA) na inovação em saúde, faz propostas quanto ao aumento da previsibilidade da regulação farmacêutica e pede estratégias coordenadas de preços e orientações mais claras sobre ensaios clínicos, instando os formuladores de políticas a investir pesadamente no regulamento de Avaliação de Tecnologias de Saúde (ATS) para garantir avaliações clínicas conjuntas bem-sucedidas até 2025.

O relatório pode ser consultado na íntegra aqui.