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Resistência aos antimicrobianos na União Europeia ameaça tratamento de doenças

12 de Fevereiro de 2016

A resistência aos antimicrobianos está a aumentar na União Europeia (UE), principalmente no sul e no leste do território, e ameaça o tratamento de doenças como a salmonela, avisou a Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar.

O último relatório deste organismo detetou um aumento da resistência aos antimicrobianos (como os antibióticos), utilizados contra as duas doenças de origem animal mais frequentes entre os humanos, a campilobacteriosis e a salmonelosis, noticiou a “Lusa”.

Este aumento da resistência aos antimicrobianos «cria um risco grave para a saúde humana e animal», segundo um comunicado da Autoridade Europeia para a Segurança Alimentar (EFSA, na sua sigla em inglês), que tem sede em Parma (norte de Itália).

O comissário europeu de Saúde e Segurança Alimentar, Vytenis Andriukaitis, considerou que este aumento da resistência antimicrobiana é um «problema global» e recordou que na União Europeia causa cerca de 25 mil mortes por ano.

O relatório, elaborado conjuntamente pela EFSA e pelo Centro Europeu para a Prevenção e Controlo de Doenças, detetou provas de resistência ao antibiótico colistina em salmonela e E-.Coli em aves na União Europeia.

Esta descoberta é «preocupante porque significa que este medicamento pode rapidamente deixar de ser eficaz no tratamento de infeções humanas graves como a salmonela», considerou Mike Catchpole, responsável científico daquele centro europeu.

O documento, que se baseia em dados fornecidos pelos Estados membros em 2014, detetou, além disso, que existem diferenças na resistência segundo as zonas europeias: os níveis mais elevados de resistência antimicrobiana estão no leste e sul da Europa.

No caso da campilobacteriorisis, o estudo constata a existência da resistência a antimicrobianos utilizados de forma comum, como a ciprofloxacina, em bactérias em humanos e em aves. A resistência é especialmente alta a este antibiótico em frangos para consumos humano e em bactérias em humanos.

Também se detetaram níveis altos a muito altos de resistência ao ácido nalidíxico e às tetraciclinas em frangos.

No caso dos antibióticos muito utilizados contra a salmonela, detetou-se resistência e, diferentes graus entre os humanos (tetraciclinas, sulfonamidas e ampicilina) e nos frangos.

O relatório destaca uma preocupação específica com o tratamento de dois tipos de bactérias de salmonela, a Kentucky e a Infantis, após terem sido encontrados elevados níveis de resistência à ciprofloxacina e a multimedicamentos.