Rethinking Pharma: “Cultura anti-empresa” afeta Indústria Farmacêutica 779

Qual a importância real da Indústria Farmacêutica para a economia nacional? O primeiro momento de debate do Rethinking Pharma 2023 procurou responder à questão, com foco na cultura organizacional e no aproveitamento.

“Eu adoro talento”, começou por referir Paulo Barradas, presidente da Bluepharma, admitindo contudo existir um “problema de competitividade salarial” entre as empresas nacionais e internacionais, com as primeiras a saírem prejudicadas na retenção de bons profissionais. Para o responsável, que reiterou a importância da qualidade e da cooperação em contexto laboral, “o país está envelhecido”, pelo que será necessário antecipar os problemas relativos à demografia nacional, que podem afetar vários setores, incluindo o farmacêutico.

Para Renata Silva Gomes, gestora da fileira da saúde AICEP Portugal, é importante a adoção de apoios em duas vertentes: não só a “captação de investimento estrangeiros, mas também a internacionalização das empresas”. A oradora lembrou o volume de exportações em Saúde, sendo que é a Indústria Farmacêutica “aquela que tem demonstrado mais resultados e representa a maior fatia da exportação nacional”.

“Há sobretudo uma pecha nacional que afeta, não só a Indústria Farmacêutica, mas toda a atividade económica: uma cultura anti-empresa”, garantiu Joaquim Cunha, diretor executivo Health Cluster Portugal, pedindo que se olhe para a Saúde como um investimento e não como um custo. Acredita que “as notícias sobre Saúde são sempre más notícias”, o que pode prejudicar o setor mas que, mesmo assim, a Indústria está a conseguir impor-se, “apesar de um ambiente relativamente hostil”.

Finalmente, Zorro Mendes, presidente do Departamento de Economia do ISEG, referiu que Portugal é um “país pequeno para o número de pessoas qualificadas que está a produzir”. Ainda assim, são essas qualificações que tornam a Indústria Farmacêutica portuguesa num dos setores com mais profissionais do género. “Em cada 100 trabalhadores na Indústria Farmacêutica, 45 são qualificados. Só outro se aproxima, o da petrolífera”, referiu.

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