Roche refuta estudo recente que põe em causa eficácia do Tamiflu
2 de julho de 2014
A Roche declarou que encontrou «muitas deficiências» no que foi descrito como um comentário com «falhas graves» relacionado com os inibidores de neuramidase publicado recentemente no “British Medical Journal”, que questiona a eficácia do fármaco Tamiflu (oseltamivir).
Segundo Daniel Thurley, diretor médico da Roche no Reino Unido, investigadores da Cochrane Colaboration, que realizaram o estudo, «parecem não ter percebido como funciona o Tamiflu e também falharam a ter em conta todos os dados disponíveis».
O estudo, que foi iniciado depois da Roche ter concedido aos investigadores o acesso a todos os estudos ligados ao Tamiflu patrocinados pela companhia, concluiu que embora o medicamento possa encurtar a duração dos sintomas da gripe, não existe evidência que diminui o número de admissões hospitalares ou as complicações associadas à doença, citou o “Firstword”.
O grupo sugeriu igualmente que o dinheiro gasto pelos vários governos no stock do medicamento na prevenção e tratamento da gripe «tem sido jogado pelo ralo», o que levou o Reino Unido a solicitar ao National Instituto for Clinical Health and Excelence para rever as normas sobre o uso do Tamiflu. No entanto, a Roche alega que a Cochrane Collaboration apenas fez uso de 15 dos 77 estudos que tinha à disposição, com Thurley a argumentar «que é claro que foram cometidos alguns erros fundamentais e não foi feito o uso devido ou análises racionais».
Tom Jefferson, co-autor do relatório do “BMJ”, disse que os investigadores ficaram pelas suas descobertas, acrescentando que a refutação às críticas da Roche está a ser preparada. Além disso, assinalou que muitos dos estudos da Roche não eram confiáveis porque têm como base nos dados observacionais dos pacientes, ao contrário dos ensaios clínicos de controlo. No entanto, Thurley disse que a empresa «continua a apoiar-se na abundância dos dados disponíveis do Tamiflu», que gerou vendas na ordem dos 635 milhões de francos suíços (716 milhões de dólares) no ano passado».