Ruanda anuncia surto de vírus marburgo 108

O Ruanda declarou um surto da doença do vírus de marburgo, semelhante ao ébola, depois de detetar “alguns casos” em alguns centros médicos do país, informou o Ministério da Saúde ruandês.

“A doença do vírus de marburgo (MVD), uma febre hemorrágica, foi confirmada nalguns pacientes em unidades de saúde do país. Estão em curso investigações para determinar a fonte de infeção”, declarou o ministério, na sexta-feira, num comunicado, citado pela Lusa, sem dar pormenores sobre o número exato de casos ou possíveis mortes.

As autoridades sublinharam que “estão a ser aplicadas medidas preventivas reforçadas em todos os centros de saúde”, tendo sido lançado um “rastreio” e as pessoas infetadas foram “isoladas” para tratamento. Foi igualmente recomendado que todas as pessoas com sintomas da doença se dirijam ao hospital mais próximo.

“O Ministério da Saúde está a acompanhar de perto a situação e fornecerá regularmente mais informações. O público deve continuar com as suas atividades normais, mantendo um elevado nível de vigilância e higiene”, afirmou o ministério.

O Ruanda divulgou a notícia pouco depois de ter lançado uma campanha de vacinação contra a varíola, anteriormente conhecida como varíola do macaco, destinada aos trabalhadores do setor da saúde e da hotelaria, aos comerciantes transfronteiriços e a outros grupos de alto risco.

A doença do vírus de marburgo é uma febre hemorrágica viral altamente infecciosa da mesma família do ébola.

África foi palco de duas epidemias de marburgo no ano passado: uma na Guiné Equatorial, com 17 casos confirmados, incluindo 12 mortes, e outra na Tanzânia, com pelo menos nove casos (oito confirmados e um provável) e seis mortes.

Anteriormente, ainda de acordo com a Lusa, um surto eclodiu no Gana em 2022 (três infeções confirmadas), e houve casos na Guiné-Conacri(2021),Uganda(2017, 2014, 2014, 2012 e 2007), Angola (2004-2005), República Democrática do Congo (1998 e 2000), Quénia (1990, 1987 e 1980) e África do Sul (1975).

O marburgo é tão mortal como o ébola e estima-se que tenha matado mais de 3.500 pessoas em África.

Tal como o ébola, o vírus provoca hemorragias súbitas e pode matar em poucos dias, com um período de incubação de dois a 21 dias e uma taxa de mortalidade que pode atingir os 88%.

Os morcegos frugívoros são os hospedeiros naturais deste vírus, que, quando transmitido aos seres humanos, pode ser disseminado através do contacto direto com fluidos como o sangue, a saliva, o vómito ou a urina.

A doença, para a qual não existe vacina nem tratamento específico, foi detetada em 1967 na cidade alemã de Marburgo – origem do seu nome – por técnicos de laboratório que foram infetados quando investigavam macacos trazidos do Uganda.