Rutura de stock de sensores de glicose: “Seria muito bom podermos contar com este dispositivo médico na cadeia habitual de abastecimento” 665

Perante a queixa de várias pessoas com diabetes da rutura de stock de sensores de glicose, Ema Paulino, presidente da Associação Nacional das Farmácias (ANF), em entrevista, hoje, à TVI, explicou que este dispositivo médico “é enviado às farmácias mediante encomenda que as farmácias fazem mensalmente e que têm em conta o número de pessoas que normalmente acompanham, ou seja, que são elegíveis pelo Serviço Nacional de Saúde (SNS) para a comparticipação destes dispositivos”.

Quando há flutuações populacionais, “particularmente, nesta altura do ano, pode acontecer que as farmácias na zona do litoral tenham maior afluência”, salientou a farmacêutica, especificando que “são pessoas que não são habituais [naquelas zonas] e, por isso, é excedido o número de embalagens que as farmácias dispensam mensalmente”. Por outro lado, ainda de acordo com a responsável da ANF, “também pode acontecer as pessoas terem de se ausentar do país e aí é permitido às farmácias dispensarem o número de embalagens que as pessoas precisam”.

 

O problema de não integrar o circuito normal de abastecimento

De acordo com Ema Paulino, o que pode ainda justificar a rutura momentânea dos sensores de glicose nas farmácias é o facto de estes “não integrarem o circuito normal de abastecimento das farmácias. Temos de fazer as encomendas diretamente ao laboratório, o que pode levar alguns dias até o produto chegar à farmácia e, nesse momento, há uma rutura momentânea de stock”.

Daí a presidente da ANF defender que “seria muito bom podermos contar com este dispositivo médico na cadeia habitual de abastecimento para podermos ter o mesmo nível serviço que temos para os outros produtos e medicamentos. E temos defendido isto mesmo junto do Infarmed”.

 

A compra online

Além do stock existente nas farmácias que é passível de ser comparticipado pelo SNS e que é dispensado mediante uma receita medica, há os dispositivos que “poderão ser adquiridos através do site e têm até um preço diferente daquele que está contratualizado para ser comparticipado pelo SNS, ou seja, esse stock não é passível de comparticipação”, referiu a farmacêutica.

 

Quem pode adquirir o dispositivo com comparticipação

Ema Paulino indicou “pessoas que têm diabetes tipo um ou diabetes tipo dois, mas que fazem tratamento de insulina”. Em termos de preço, “nas farmácias custam perto de 70 euros, mas ficam a sete euros por embalagem para a pessoa”.