No passado dia 7 de novembro, teve lugar um evento subordinado ao tema “We Compromise, a mudança na Esclerose Múltipla é agora” cujo objetivo foi analisar o estado atual e futuro da Esclerose Múltipla em Portugal. Organizada pela Sanofi Genzyme esta iniciativa dirigida a profissionais de saúde, contou com a participação de médicos especialistas, bem como de alguns doentes, que em conjunto fizeram uma análise atual e futura desta patologia.
Sintomas, diagnóstico atempado, progressão relevante da componente neurodegenerativa da doença, inovação e experiências de vida real de pessoas que vivem com Esclerose Múltipla (EM), foram os principais temas abordados nos vários painéis de debate subordinados aos temas: Keep on Innovating, Keep on Learning e keep on Living.
Para Francisco Del Val, General Manager da Sanofi Genzyme: “Este evento foi muito importante e reflete o nosso trabalho diário e compromisso na promoção da partilha de informação e sensibilização para a Esclerose Múltipla. O debate conjunto por parte de profissionais de saúde de diversas especialidades, de associações e de doentes é fundamental para uma abordagem transversal e multidisciplinar da Esclerose Múltipla. Gostaria ainda de destacar a forte aposta da Sanofi em termos de inovação na área da Esclerose Múltipla com a recente aquisição da Principia Biopharma e, de um modo mais abrangente na área das neurociências, como é o caso da doença de Parkinson.”
Apesar de ainda não existir uma cura para a Esclerose Múltipla têm sido desenvolvidos tratamentos que ajudam a atrasar a sua progressão. Destes destacamos o debate em torno dos fármacos Teriflunomida e a Alemtuzumab, nomeadamente, a sua segurança, eficácia e mais valias no combate a esta patologia. Também a sua aplicação em contexto de pandemia foi debatida.
No campo da investigação e, no desenvolvimento e acesso a terapêuticas inovadoras por parte dos doentes e investigadores nacionais, foram apresentadas boas notícias com a participação de Portugal no Programa de Desenvolvimento Clínico de uma molécula que inibe a enzima BTK na Esclerose Múltipla, com três Ensaios Clínicos de Fase III. Esta molécula traz consigo esperança à comunidade de Esclerose Múltipla, pois a grande maioria das pessoas que vive com a doença desenvolve algum grau de incapacidade durante o curso da mesma, e o inibidor de BTK tem o potencial de transformar a maneira como é tratada.
Para os cerca de oito mil portugueses com Esclerose Múltipla, nem sempre a doença é o maior desafio. Esta é uma doença crónica, imprevisível, que ataca o sistema nervoso central e uma vez que os seus sintomas não se apresentam com um padrão definido — e alguns deles são descritos como invisíveis —, é designada como a “doença das 1000 caras”.
Para os doentes que participaram neste encontro, os desafios do momento, bem como a falta de expetativas em relação ao que deles é esperado estão muito presentes no seu quotidiano. O atual contexto pandémico está a ter efeitos negativos no diagnóstico e tratamento da doença em Portugal, contribuindo potencialmente para a progressão da mesma. No entanto, a informação disponível, as novas descobertas e o apoio existente podem dar-lhes a força e a perspetiva de futuro que tanto precisam. Segundo estes doentes é possível ter qualidade de vida, mesmo sofrendo desta patologia desde que todos os mecanismos necessários para uma abordagem multidisciplinar a esta doença “das 1000 caras” estejam a funcionar.