De acordo com uma noticia divulgada pela Agência Lusa, a farmacêutica Sanofi, que está a ser investigada desde 2016, e que tinha sido processada por “erro agravado” e “lesões involuntárias” num inquérito sobre a comercialização do antiepilético Depakine, foi também indiciada por “homicídio involuntário”.
O Depakine é comercializada desde 1967 pela Sanofi. É um medicamento que é prescrito para pessoas que sofrem de distúrbios bipolares, convulsões e epilepsia. É usado como estabilizador de humor e anticonvulsivo para tratar casos de epilepsia.
A investigação junto do tribunal judicial de Paris, arrancou em 2016, após um processo iniciado pela Associação de ajuda aos pais de crianças que sofrem de um síndroma convulsivo. A queixa baseou-se em 14 casos de mães que receberam o medicamento Depakine durante a gravidez, o que provocou defeitos congénitos nos fetos.
Em fevereiro, os juízes indiciaram o grupo farmacêutico francês por “erro agravado” e “lesões involuntárias”. Em julho, a justiça reconheceu pela primeira vez a responsabilidade do Estado, bem como da Sanofi e dos médicos, nos efeitos devastadores do antiepilético Depakine, ordenando que compensasse as famílias de crianças que ficaram gravemente incapacitadas.
Agora, e segundo declarações da Sanofi à Agência France Presse, foram indiciados “por homicídio involuntário”.
Em comunicado, a Sanofi indica ter recorrido “à instrução para contestar a acusação. Todos estes elementos não prejudicam de forma alguma a responsabilidade do laboratório”, indicam.
O portal “Netfarma” tentou falar com a Sanofi em Portugal, mas não obteve resposta.
O valproato está presente nalguns medicamentos comercializados em Portugal para distúrbios bipolares e convulsões.