São João da Madeira acordou com farmácias o apoio a vacina contra Rotavírus 735

São João da Madeira acordou com farmácias o apoio a vacina contra Rotavírus

 


24 de julho de 2018

A Câmara Municipal de São João da Madeira assinou hoje com as cinco farmácias do concelho um protocolo destinado a comparticipar a inoculação infantil contra a rotavirose, que não está abrangida pelo Plano Nacional de Vacinação.

O acordo visa agilizar o procedimento que permitirá às famílias abrangidas pelo programa levantar a vacina nas farmácias locais e afetar o respetivo pagamento à autarquia – que deverá gastar cerca de 150 euros com cada um desses procedimentos preventivos.

A medida aplica-se a todos bebés nascidos desde janeiro de 2018 em agregados com residência em São João da Madeira, independentemente da sua condição financeira. Aliás, a Câmara começou por também equacionar o pagamento da vacina contra a meningite B, mas, considerando que isso elevaria significativamente os custos do programa, optou entretanto por custear apenas a inoculação contra a rotavirose, o que lhe permite abranger todas as famílias do concelho e não apenas as carenciadas.

«Optámos por esta forma de apoio à natalidade porque achamos que é a mais adequada e mais correta», declarou na assinatura do protocolo o presidente da autarquia, Jorge Vultos Sequeira. «Traz um benefício direto, pessoal, intransmissível e quase perpétuo a quem toma a vacina», defendeu.

O programa conta com o envolvimento do Centro de Saúde de São João da Madeira, ao qual caberá informar os pais de recém-nascidos sobre o apoio autárquico à vacinação, e, segundo anunciou hoje o presidente da Câmara Municipal, vai envolver também o Centro Hospitalar do Entre Douro e Vouga, que assegurará idêntica divulgação junto das mães acompanhadas pelos seus três hospitais – nomeadamente os de São João da Madeira, Oliveira de Azeméis e Santa Maria da Feira.

«Se os dados do Instituto Nacional de Estatística se mantiverem para os próximos anos, teremos cerca de 160 beneficiários a pedir adesão ao programa», realçou Jorge Vultos Sequeira. «O nosso desejo é que esse número aumente e que exista também disponibilidade financeira do Município para cumprir este propósito», afirmou.

Segundo dados da Sociedade de Infecciologia Pediátrica e a Sociedade Portuguesa de Pediatria, um dos piores efeitos do rotavírus é a gastroenterite aguda, que é comum nos primeiros anos de vida tanto em países industrializados como nos que se encontram em vias de desenvolvimento.

Essas duas entidades pediátricas estimam que a gastroenterite aguda provocada por este vírus provoque anualmente a morte de cerca de 600.000 crianças com menos de 5 anos de idade, 80% das quais em países subdesenvolvidos. Nos restantes territórios, grande parte dos casos não necessitam de hospitalização, mas o impacto dessa patologia na saúde pública continua a ser muito significativo

A infeção por rotavírus pode atingir qualquer infante e ocorre sobretudo entre os 6 e os 26 meses de vida, sendo que, de acordo com dados das referidas sociedades pediátricas, «a grande maioria das crianças com 5 anos de idade já terá tido pelo menos um episódio», noticiou a “Lusa”.

Em duas ou três tomas, as vacinas contra a rotavirose vêm-se demonstrando eficazes «pelo menos até dois anos após a sua administração, cobrindo o período no qual a gravidade da infeção é maior».