Desde o estabelecimento dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), que tem existido uma tentativa permanente de sensibilizar para a relação que existe entre o estado do ambiente que nos rodeia e o estado de saúde e bem-estar das populações.
Para percebermos a ligação entre a área da saúde e a vertente ambiental, basta pensarmos nas 6,5 milhões de mortes, a nível global, que ocorrem por ano motivadas pela poluição do ar.
O documento elaborado pela World Health Organization Europe, denominado ‘‘Healthy environments for Healthier People’’ realça o modo como as alterações climáticas afetam a saúde da população, principalmente através do aumento das temperaturas e das alterações dos padrões climáticos, conduzindo a um elevado número de mortes. Apela, ainda, à necessidade de existência de um esforço conjunto para a mitigação e adaptação de medidas para diminuir o impacto do ambiente na saúde dos cidadãos.
Importa sensibilizar para a possibilidade de pequenos gestos como, por exemplo, a recolha de resíduos domésticos em espaços verdes e praias, terem poder na mitigação de efeitos ambientais que, tal como descrito anteriormente, afetam a saúde das populações e contribuem para o aumento da incidência de doenças respiratórias e crónicas. Adicionalmente, sabe-se que as alterações climáticas estão na base do aparecimento de doenças infeciosas veiculadas por vetores em regiões geográficas onde, outrora, não tinham sido encontradas.
Por ser um problema comum a todas as regiões do globo, urge a necessidade de delinear estratégias políticas conjuntas que culminem em resultados palpáveis e urgentes para o planeta e para as suas populações. Importa que, com base na evidência científica, se garanta a ‘‘saúde’’ do nosso planeta, que se combate as alterações climáticas e consequentemente, se assegure o bem-estar das populações.
Carolina Simão
Presidente da Direção APEF – Associação Portuguesa de Estudantes de Farmácia