“Saúde que Conta” quer conhecer a realidade dos Cuidadores Informais em Portugal 797

No mês em que se assinala o Dia Nacional do Cuidador Informal (4), o projeto “Saúde que Conta” da Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade NOVA de Lisboa revela o tema da próxima edição: “Literacia em Saúde e Qualidade de Vida dos Cuidadores Informais – a realidade portuguesa”. O trabalho de investigação deste projeto já arrancou e os resultados serão apresentados publicamente em abril de 2023.

Apesar de se estimarem cerca de 827 mil pessoas que prestam cuidados – frequentemente – não remunerados a alguém com uma doença ou necessidade prolongada de saúde em Portugal (dados Eurocarers), a informação sobre este grupo da população é muito escassa. A 8ª edição do “Saúde que Conta” pretende contribuir para o conhecimento nesta área, através da análise do nível de literacia dos cuidadores informais no nosso país e implementação de estratégias que possam contribuir para uma eficaz capacitação destas pessoas.

Criado em 2011, o “Saúde que Conta” é uma iniciativa de investigação nacional que tem como intuito contribuir para o debate público através da análise do papel do cidadão na gestão da sua própria saúde e bem-estar assim como sensibilizar a comunidade para a importância da literacia em saúde. A sua principal missão centra-se na promoção do debate e na consensualização para a importância da literacia em saúde, assim como na implementação de estratégias que possam contribuir para uma eficaz capacitação do cidadão.

Ana Escoval, coordenadora da equipa de investigação do “Saúde que Conta”, considera que “a edição deste ano revela-se de uma enorme importância, uma vez que estamos a falar de uma população essencial na nossa sociedade: os cuidadores informais são muitas vezes os principais e únicos responsáveis pelos cuidados de pessoas com doença ou algum tipo de dependência. Assegurar que têm acesso a informação de qualidade e proporcionar níveis adequados de edução para a saúde, bem como sobre cuidados a prestar, para que possam desempenhar as suas funções com a máxima eficácia e segurança deve ser uma prioridade”.

A sensibilização da comunidade para este tema é também uma das premissas do “Saúde que Conta”. Ana Rita Pedro, investigadora ENSP-NOVA considera que “é igualmente fundamental conhecermos a realidade dos cuidadores informais do nosso país: como vivem, em que condições, quem são as pessoas cuidadas, as repercussões físicas e emocionais associadas a esta função, para que possamos ter um retrato verdadeiro de como é ser cuidador informal em Portugal”.

O Saúde que Conta é uma iniciativa da responsabilidade científica da Escola Nacional de Saúde Pública (ENSP), da Universidade Nova de Lisboa, com o apoio da Lilly Portugal. Para além da equipa de investigação, o projeto reúne um conjunto de especialistas de diversas áreas como a medicina, educação, jornalismo, sociologia, psicologia, instituições governamentais e sociedade civil.